Oposição faz balanço e cobra respostas a pedidos de informação

A vereadora Aline Mariano (PSDB) rebateu na tarde desta terça-feira, 09, no plenário da Câmara do Recife críticas feitas pela bancada da situação. Segundo ela, aliados do governo tentam desqualificar as ações dos integrantes da oposição afirmando que “nosso discurso é vazio, mas não dá para esconder que todas as nossas denúncias foram embasadas em fatos reais, que começam a surgir nos relatórios do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público de Pernambuco”.

Aline Mariano afirma que o relatório do TCE é claro sobre o caso dos livros e que o órgão solicitou à Prefeitura para devolva R$ 2 milhões aos cofres municipais. “Se a nossa denúncia fosse vazia não teria encontrado respaldo no TCE. Foram mais de R$ 4 milhões nesse caso dos livros e o prefeito não fez sequer uma única declaração. Não se sabe para onde foi o dinheiro das vendas dos livros. Não sabemos se a autora existe e se ela recebeu o dinheiro”.

No balanço de cobranças, Aline informou que estava recebendo relatório do TCE sobre o Reciprev. “Pedi ao órgão que me desse acesso à investigação que vem sendo feita sobre a compra de títulos federais. Valor pago de R$ 4,6 milhões pode ter lesado o regime previdenciário municipal”.

Mas não é só. A vereadora disse que também já foi marcada uma audiência pública para tratar do caso Reluz. “A PCR estava fazendo um pregão para comprar lâmpadas de sódio para concluir o projeto, mas havia informações de que o programa já tinha 94% de conclusão, ou seja, dos 96 mil pontos, cerca de 90 mil já estavam implantados".  Para a vereadora não há como explicar um pregão para trocar 20% quando dados publicados dão conta de que 96% já foram concluídos.

Maré Malta (PPS) também cobrou retorno de informações e reafirmou o pedido de devolução de dinheiro feito pelo TCE à PCR. Ele disse que até hoje aguarda as respostas aos seus pedidos de informação. “Não sei valores, natureza das transações. Quero transparência desses negócios realizados com o dinheiro do povo. Os números que me foram enviados não conferem. Uma ora diz que não houve compra e na outra afirma que houve. Quero saber quem gerenciou a compra, qual o valor pago, qual o banco, informações simples. Vou pedir informações de novo”.

Vera Lopes (PPS) defendeu a bancada de oposição afirmando que ela é aguerrida e graças às denúncias muitas coisas estão sendo apuradas. “Não podemos ficar à mercê de respostas incompletas. Pedimos audiência pública e a situação barrou, pedimos informações e não recebemos respostas em flagrante desrespeito à esta Casa”.

Sérgio Magalhães (PSD) sugeriu aos colegas que a partir de agora não mais fizessem pedidos de informação ao Executivo para não correr o risco de não serem atendidos. “Nós temos a Lei Orgânica que prevê punições até para o Executivo. O Prefeito não permite que seus secretários respondam, por isso não adianta perguntar”.

O líder do governo, vereador Luiz Eustáquio (PT), esclareceu que no final do semestre legislativo disse de fato que a oposição fazia espuma e que suas denúncias não passavam de traques de massa. Lembrou que a maioria das denúncias teve resposta. “A questão dos livros foi comprovada a entrega deles aos alunos, o Reluz está em andamento e o Reciprev ainda está sendo analisado pelo TCE”. Ele insistiu que há denúncias feitas na Casa que nem sempre têm a força que a oposição quer dar a elas. “O TCE de fato mandou devolver dinheiro, mas ainda não é sentença definitiva. É nesse sentido que falei que havia espuma, denúncias ainda não comprovadas”.   

Em 09.08.2011, às 17h52.