Palestra discute a alergia alimentar

Os desafios de conviver em sociedade com a alergia alimentar foram discutidos em uma palestra realizada na manhã desta terça-feira (5), no Plenarinho. O evento, de iniciativa do vereador Samuel Salazar (MDB), foi conduzido pela representante do Projeto Tudo Sem Leite, Juliana Jordán, e contou com as participações da gastropediatra e nutróloga, Graça Moura, e da nutricionista Cristiana Menezes. “Quanto mais cedo divulgarmos e fortalecermos a causa, mais vidas serão ajudadas”, pontuou o parlamentar, disse o parlamentar.

Segundo estimativa apresentada pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a alergia alimentar afetaria 6% das crianças com menos de três anos de idade e 3,5% da população adulta. Dados preliminares sobre a incidência de anafilaxia (reação de hipersensibilidade aguda ) no Brasil apontam para uma prevalência em torno de 6,2%, sendo a alergia alimentar a segunda causa de anafilaxia.

O vereador Samuel Salazar (MDB) destacou que é autor do projeto de lei 235/2019 que institui no Calendário Oficial de Eventos do Recife a Semana Municipal de Conscientização sobre a Alergia Alimentar. “O projeto de lei que encaminhamos trata de um assunto muito delicado nos dias atuais, por solicitação do ‘Alergia Alimentar Brasil’, iniciativa conduzida por mulheres que convivem com o tema da alergia alimentar em suas famílias. E tendo em vista o exposto, propomos que a terceira semana do mês de maio de cada ano seja destinada a levar informações. A ideia é conscientizar a população recifense sobre a alergia alimentar”, explicou Samuel Salazar.

Para a empreendedora social do projeto “Tudo Sem Leite”, Juliana Jordán, a alergia alimentar é um problema global e precisa ser debatido trazendo amplas soluções pensando na realidade brasileira. "Quando recebemos um diagnóstico de alergia alimentar de um filho, o único tratamento possível é a dieta de exclusão. Até o nome assusta. A alergia pode se manifestar não apenas após ingestão de uma comida que contenha aquela proteína proibida".

Juliana Jordán disse que as duas filhas têm alergia alimentar, ressaltou que o bullying prejudica as crianças e recomendou atividades lúdicas nas escolas para que as crianças com restrições não se sintam excluídas. "O Tudo Sem Leite é parceiro do projeto Saúde Nas Escolas da Prefeitura do Recife. Já fizemos capacitações para mais de 300 profissionais com tópicos sobre emergências, dicas alimentares, empatia e atividades adaptadas".

Graça Moura confessou que em 41 anos de medicina não via tantos casos de alegria quanto nos dias atuais. Um diagnóstico inadequado, segundo ela, pode trazer prejuízo nutricional e na qualidade de vida dessas pessoas tanto físico quanto emocional. Ela explicou o processo de intolerância à lactose e fez um alerta. “Consulte a tabela do teor de laticínios e evite medidas drásticas, pois existe risco de deficiência de outros nutrientes”.

Cristina Menezes ressaltou a importância dos cuidados em relação aos pacientes com intolerância ou alergia alimentares.  “Se você for a uma festa onde o cardápio oferecido tenha ingredientes que vão fazer mal, o paciente tem que chegar farto para não correr riscos. O desejo é grande e o hoje o comércio dispõe de opções maravilhosas como os chocolates, por exemplo. Outra recomendação é que não adianta restringir tudo numa dieta sem que o paciente não consiga fazer por questões financeiras, por exemplo. O cálcio, ferro e zinco são essenciais”.

Em 05.11.2019 às 12h21.

registrado em: samuel salazar