Câmara discute poder das redes sociais

Ao refletir sobre o movimento nas ruas, o vereador Raul Jungmann (PPS) acredita que tudo começou com as redes sociais e fez extenso relato sobre o assunto. Ele disse que o google é hoje a terceira nação do mundo com 800 milhões de pessoas fazendo parte dessa comunidade virtual. “As redes sociais desconstruíram o tempo e o espaço. A política distributiva iniciada no governo de Fernando Henrique Cardoso gerou uma nova classe média que necessita urgentemente de serviços públicos, o que fez a demanda aumentar”.

Raul Jungmann vai mais adiante e reflete que a demanda não está sendo atendida pelo poder público e o povo clama por serviços que não podem pagar. O vereador lembra que a internet “desintermediou” a relação povo-poder público, retirando o político como intermediário de seus anseios. “Hoje o povo vai direto, minando a representatividade dos políticos”.

Antonio Luiz Neto (PTB) acha que o Brasil vive uma crise institucional assim como o resto do mundo. Para ele, o executivo, o legislativo e o judiciário não conseguem acompanhar o povo. Foi mais além ao afirmar que o executivo trabalha de forma soberana, sem o legislativo, que por sua vez não consegue concretizar em leis o que o povo deseja. “A pirâmide está invertida e de cabeça para baixo”.

Rau Jungmann sugeriu que a Câmara do Recife faça um esforço concentrado para implementar propostas já existentes na Casa, como a tribuna popular, ouvidoria, corregedoria, comissão de legislação participativa, entre outras reivindicações. O presidente da Casa, vereador Vicente André Gomes (PSB), informou que no início da legislatura enviou parlamentares para conhecer o funcionamento de outras Câmaras e as sugestões trazidas foram acolhidas. “Vou convocar para amanhã (quarta-feira 26) reunião com líderes dos partidos para discutir a realização das propostas”.   

Henrique Leite (PT) considera que toda esta movimentação é resultado da democracia conquistada com muita luta e valentia pelos partidos políticos e entidades civis. Ele acha que os partidos não podem se esconder atrás de um movimento que não aceita partidos.

Gilberto Alves (PTN) disse que concordava com a reflexão dos colegas e reconhecia o papel do povo que pede posicionamento do poder público e dos políticos. Mas lembrou que há um papel a ser desempenhado pelas instituições, que neste momento, podem não estar representando os anseios do povo, mas são legítimas.

Luiz Eustáquio (PT) acha que todos estão diante de um grande desafio ao que está acotecendo agora. Segundo ele, é preciso estar atento aos pontos que estão sendo colocados como educação, saúde e a derrubada da PEC 37. Conclamou a todos a pensar sobre o assunto.

Em 25.06.13 às 20.05h