Parlamentares repercutem audiência sobre segurança nos bancos
Josenildo, autor da lei 17.647/10 fez um pronunciamento de indignação com a atitude da Febraban, que estaria afrontando a autoridade do Poder Legislativo. Segundo Josenildo, os bancos ainda não providenciaram as alterações indicadas na lei. “Não vou admitir e acho que nenhum parlamentar vai permitir esta anarquia”.
A partir da audiência, a Febraban e os bancos serão cobrados de suas obrigações e notificados. “O Ministério Público de Pernambuco estava na audiência e foi o próprio procurador que assumiu a responsabilidade de hoje à tarde já notificar a Febraban e todos os bancos desta cidade. Não é possível vermos uma lei sancionada e chegar o Itaú e tirar as portas dos bancos. Qual o papel desta Casa senão o de ser representante da cidade?”, questionou.
Josenildo pretende formar uma Comissão de parlamentares para, junto com sindicatos e dos vigilantes e a população fazer uma mobilização cobrando a execução das leis. “Nunca nos colocamos contra empresários ou banqueiros, mas queremos que o cidadão seja respeitado. Hoje se vai a um banco sem saber se vai sair vivo. O que quero é proteger o bem maior de todos, que é a vida e não tem preço”.
Novos projetos de segurança
O vereador Alexandre Lacerda também é autor de três matérias no mesmo sentido. Uma delas, quer instalar um equipamento que bloqueie o uso de celulares dentro das agências, evitando que assaltantes se comuniquem com outros que estariam fora do banco. A outra, pede a filmagem da área externa dos bancos, enquanto o terceiro projeto quer que haja guarda armada nas portas das agências. “Se aprovadas, estas leis iriam acabar de vez com este tipo de bandidagem. O banco não está se importando com os assaltos, porque tem seguro e é restituído dos valores roubados. Mas quem vai cobrir o prejuízo do cidadão que vai ao banco e é assaltado? O banco não se responsabiliza”, avaliou.
Para a vereadora Aline Mariano (PSDB), autora da lei sobre uso de detectores de metal na entrada de locais de grande circulação, várias leis não são cumpridas por falta de fiscalização. “A Dircon é um órgão morto que não fiscaliza as leis da nossa cidade, ela precisa ter esta força para que as leis sejam cumpridas”.
Jairo Britto (PHS) é autor do projeto que disciplina horários de abastecimento de caixas eletrônicos no Recife, e acredita que a proposta soma-se às outras no combate a este tipo de crime. “Estas pessoas precisam ser banidas da sociedade porque roubam e levam muitas pessoas a morte”.
Repercussão a audiência
Maré Malta mostrou-se satisfeito com o resultado do debate realizado pela manhã e pretende alterar o texto de seu projeto original, para torná-lo mais atual. A proposta quer inutilizar as cédulas de caixas eletrônicos que sofrerem arrombamento. “Durante a audiência fui informado que o sistema de queima parcial irreversível é de última geração. Por isto solicito uma alteração no projeto, para que a gente siga o que há de mais moderno para este caso”.
Os vereadores Almir Fernando (PCdoB) e Gilberto Alves (PTN) parabenizaram a iniciativa de Maré Malta ao convocar a audiência, que demonstra o compromisso da Casa com a cidadania. “O papel do vereador é importante, porque foi capaz de reunir pessoas com várias experiências para que elas sejam colocadas a serviço do povo do Recife. Mostra que estamos em sintonia com os anseios da população”, declarou Gilberto Alves.
Marcos Menezes (Dem) foi o responsável pela criação, há dois anos, da Comissão de Segurança Pública da Casa. Ele está satisfeito, porque o trabalho realizado pelo grupo está tendo visibilidade. “Antigos paradigmas estão mudando. A imprensa agora dá espaço a este tipo de debate e ajuda a mostrar que segurança pública também é obrigação dos vereadores. Tanta violência precisa ser resolvida”.