Parlamento Metropolitano debate sobre a importância das ciclovias

O presidente do Parlamento Metropolitano, vereador de Moreno, José Joaquim da Silva Filho, conduziu o debate. Primeiro convidado a falar, o coordenador do programa Ciclovia nas Cidades, iniciado em 2010 pela secretaria das Cidades de Pernambuco, Marcelo Bione, afirmou que a bicicleta está inserida no sistema de transporte, tendo como públicos-alvo, o trabalhador e o estudante. “A Região Metropolitana do Recife já dispõe de 73,4 km de ciclovias e ciclofaixas e o Governo vem tomando várias medidas de incentivo, como uma Lei de Estacionamento, o Plano Diretor Cicloviário da RMR e a Lei Estadual de Incentivo ao uso da bicicleta”, anunciou.

A experiência da implantação de 350 km de ciclovias, ciclofaixas e calçadas em Bogotá foi mostrada em vídeo, como exemplo de sucesso no projeto de mobilidade da capital da Colômbia. Para o vereador Gilberto Alves, que conheceu pessoalmente o projeto executado naquele país, cerca de seis por cento dos usuários de transporte público em Bogotá utilizam a bicicleta. “Os resultados foram muito positivos por lá e aqui também poderemos conseguir o mesmo êxito”.

Para o assessor especial da Secretaria estadual de Transportes, Irineu Messias, a orientação do Governo é de que sempre que houver condições, a secretaria deve deixar espaço nas rodovias para a implantação de ciclovias. “Já temos o exemplo da PE-15 e teremos a PE-18 que será requalificada e também vai ganhar ciclovia”, disse Messias.

“É preciso que todas as cidades da Região Metropolitana se preocupem com a questão para que possamos fazer um trabalho conjunto”, disse o secretário geral do Parlamento Metropolitano e vereador de Paulista, Fábio Barros. “Tive acesso a uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrando que 18% da população usam a bicicleta no Recife”, revelou ele, complementando que “são pessoas que não têm acesso ao sistema público de transporte e este é um dado a ser levado em conta para formulação de políticas públicas do setor”.

Fábio Barros disse ainda que o Parlamento Metropolitano poderá criar um grupo de trabalho para estudar não apenas a questão da mobilidade como também - e detalhadamente - o uso da bicicleta. “O grande desafio é como integrar todos os modais: bicicleta, ônibus, metrô, táxi e os pedestres”. O vereador de Olinda, Enildo Arantes, afirmou que as ruas deveriam ser devolvidas aos cidadãos. Segundo ele, Olinda, por exemplo, uma cidade com apenas 43 km quadrados e uma população de menos de 400 mil habitantes, possui 110 mil automóveis cadastrados. “Temos que lutar para que o pedestre seja respeitado e que todos tenham mais qualidade de vida”, finalizou.

O presidente do Instituto Pelópidas Silveira, Milton Botler, reafirmou a preocupação de Enildo Arantes. Para Botler, nos últimos 60 ou 70 anos, as cidades foram pensadas apenas para abrigar os carros. “Hoje, quando a gente fala de mobilidade, pensa num sistema que facilite a mobilidade. O carro não pode ser o centro de tudo”. Também participaram da audiência, vereadores e representantes de secretarias de vários municípios da RMR e integrantes de entidades ligadas ao ciclismo.

Em 12.12.2011, às 14h15