Parlamento Metropolitano discute avanço do mar
Representantes das prefeituras, associações de moradores, movimentos de pescadores e profissionais do turismo participaram do seminário. O professor José Alverinho Dias da Universidade de Algarve, Portugal, foi o primeiro palestrante. Ele Falou sobre o enfrentamento da erosão na Europa e alertou que as tecnologias existentes não são confiáveis. “Como o nosso conhecimento ainda é muito pequeno neste campo, podemos dizer que a gestão que fazemos do sistema ainda é muito arriscada”, ponderou o professor que ainda afirmou ser indispensável a participação dos contribuintes nas discussões, porque são eles que vão financiar as intervenções necessárias.
O problema é mais antigo do que se pensa. Segundo o professor da Universidade Federal de Pernambuco, Valdir Manso, existem registros de que em 1737, a Câmara Municipal do Recife já pedia providências para combater a erosão costeira. “Naquela época, preocupava o avanço do mar sobre a fortaleza das Cinco Pontas”, explicou o professor que coordenou o mapeamento de todo o litoral pernambucano no Projeto de Monitoramento Ambiental Integrado (Mai).
O procurador do Ministério Público Federal, Marcos Antônio da Silva Costa, condenou as ações realizadas no passado, quando cada município procurava resolver o problema de forma isolada. “Eram gastos milhões de reais para colocar pedras e isso não surtia efeito, enquanto a UFPE quase não tinha recursos para realizar pesquisas”, criticou Costa. Ele destacou que os erros do passado foram substituídos por um ambiente de cooperação através de um pacto firmado entre o Ministério Público e o Governo do Estado, proibindo as intervenções individuais dos municípios.
O vereador de Paulista, Fábio Barros, secretário geral do Parlamento Metropolitano, é um defensor das soluções conjuntas que precisam de tempo para serem colocadas em prática, mas pediu atenção para as áreas emergenciais. “Estas áreas, como o Forte de Pau Amarelo, construção de grande importância histórica, precisam de uma intervenção imediata, pois correm o risco de desaparecer em curto espaço de tempo”, alertou o parlamentar. As conclusões do seminário serão apresentadas ao Governo do Estado como propostas para evitar a erosão costeira.
Em 17.06.2011, às 12h30.