Paulo Braz recebe Título de Cidadão Recifense

Até hoje, 16 de agosto de 2019, ele era apenas recifense de coração. Mas, desde o final da manhã, o produtor cultural e empresário da noite, Paulo Braz, é também cidadão do Recife. O título foi entregue pelo vereador Alcides Teixeira Neto, atualmente sem partido, que levou em conta “os relevantes serviços prestados à cidade”. O parlamentar considerou que Braz “deixa a sua marca por onde passa; e há 30 anos, é uma grande referência para a cultura local, considerado o ‘Rei da Noite Recifense’. Durante todo esse tempo, abriu sete casas noturnas e produziu mais de 30 festas e 21 réveillons”, disse.

A solenidade foi presidida pelo vereador Chico Kiko (PP) e a mesa composta pelo deputado federal Raul Henry e pelo secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, que na reunião representou  o prefeito Geraldo Julio.                   “É uma honra, para o meu gabinete e para o meu mandato, fazer esta homenagem a este homem que tanto contribui para o lazer e para a cultura da diversão no Recife”, disse Alcides Teixeira Neto. Psicólogo e funcionário público, Paulo Braz passou a sua infância em Sumé, na Paraíba. Veio ao Recife em 1969, com 15 anos de idade. Estudou, obteve aprovação no concurso do Banco Central (inclusive participando da implantação do Plano Real em Pernambuco) e cursou psicologia na Universidade Católica de Pernambuco.

No Recife, Paulo Braz engajou-se nas lutas políticas da cidade. Foi um representante pernambucano no primeiro voo a Cuba depois de o então presidente Sarney reatar relações diplomáticas com a Ilha. Foi lá onde Braz se inspirou com o ritmo e o suingue da cultura de Havana. Seu perfil é marcado pela realização dos eventos, mas ele conseguiu aliar a produção do lazer e do divertimento com iniciativas que beneficiaram a cidade, pois através da realização das festas, deu visibilidade aos espaços que estavam sem uso, na cidade.

Paulo Braz formou a Pé-de-valsa Entertainments, produtora de várias festas, algumas, até, em pontos esquecidos da cidade, chamando atenção para a revitalização do centro/Recife Antigo, como o Forte das Cinco Pontas e o Clube Batutas de São José. Com a casa noturna Calypso Club, localizada na Rua do Bom Jesus, Paulo participou do processo de revitalização do Recife Antigo, no início da década de 90, alcançando pleno sucesso. Já com a casa Cuba do Capibaribe, o homenageado escolheu o Paço Alfândega como localização. Além de tudo isso, desde 1990 realiza os Bailes do Siri na Lata, tradicionalíssimo bloco de nossa Cidade.

“Pela sua trajetória profissional e luta em defesa da cultura local, Paulo Braz é um dos grandes nomes do Recife e merece todas as homenagens, inclusive a de se tornar, oficialmente, um cidadão recifense”, afirmou o vereador Alcides Teixeira Neto. No discurso de agradecimento, Paulo Braz disse que se sentia honrado em receber o título, sobretudo porque o vereador tem “atuação vigorosa e vem empreendendo, na primeira legislatura. Ele é autor de 19 projetos de lei importantes”. Destacou três: a implementação do ensino de música nas escolas da rede pública municipal; a  instalação de aparelhos de ar-condicionado nos ônibus; e a responsabilização dos estabelecimentos e agentes públios que discriminem pessoas por sua orientação sexual”.

Paulo Braz acrescentou, ainda, que recebe a homenagem justamente quando completa 50 anos de vida no Recife (chegou à cidade em 1969). “Este ano eu já lancei um livro, em fevereiro, sobre minha atuação como produtor cultural e empresário da noite, e agora estou sendo agraciado com o título de Cidadão do Recife”. Em seguida, contou, ainda, como se tornou empresário da noite. Tudo começou começou após viagem a Cuba, em 1986. Lá, empolgou-se com os ritmos de Havana. “Voltei encantado, mas uma coisa me  impressionava. Se eles, que já tinham pego em armas, participado de uma revolução e moravam numa ilha sem muitos recursos, sofrendo um bloqueio econômico americano, conseguiam ser felizes e expressar essa alegria, por que Pernambuco, naquela época ainda sob a ditadura, era um estado triste?”

De volta ao Recife, Braz disse que identificou locais e prédios históricos que estavam em situação de abandono. “Esquadrinhando a cidade, descobri um Forte das Cinco pontas abandonado, a Torre Malakoff em ruínas, um Recife Antigo entregue a marginais e uma decadente prostituição. Esses prédios imponentes e abandonados me remetiam à situação similar de Havana. Dessa reflexão, surgiu a ideia de movimentar a cidade e fazer festas temáticas. Foi quando, fazendo parcerias, montei a minha produtora Pe-de-Valsa”, contou. Ele disse que não poderia encerrar o discurso “sem declarar que o Recife me deu muito mais do que eu dei a ele”.  O secretário Murilo Cavalcanti também fez discurso e ressaltou que a homenagem era um reconhecimento merecido ao produtor cultural.

 



Em 16.08.2019, às 11h40.

registrado em: alcides teixeira