PL propõe dia contra encarceramento de jovens negros

Criação do dia municipal contra o encarceramento de jovens negros a ser comemorado todo 20 de junho foi proposto pelo vereador Ivan Moraes (PSOL), acompanhando diversos outros municípios e estados aonde o partido tem representação – deputados e vereadores. Informações do parlamentar dão conta de que nos últimos quinze anos a população encarcerada no Estado triplicou, passando de 10 mil para mais de 30 mil encarcerados. E mais. Não há relação imediata sugerindo que o aumento do encarceramento diminua a violência. Prender apenas não basta.

Ivan Moraes chama a atenção para o fato de que a maior parte das prisões, 60% são de jovens negros, moradores das periferias. Pior Ainda. O vereador relata que não há estudos demonstrando que pessoas pobres cometem mais crimes do que as de melhor classe econômica. “Chama a atenção que não há mandatos coletivos de busca em prédios de classe média, mas nas periferias existe. É o jovem negro que vai preso. O encarceramento é uma resposta do capitalismo por não conseguir incluir todo mundo. O dia é para ser de luta e lembrar que somos contra o encarceramento de jovens negros”.

Segundo Ivan Moraes a escolha da data 20 de junho se deu pelo de que um jovem carioca Rafael Braga foi preso na época dos protestos e ficou preso acusado de portar explosivos e se verificou que portava um frasco de pinho sol. Foi preso novamente em outra ocasião e adquiriu tuberculose no presídio. Em Pernambuco foi preso o taxista Pablo Messias acusado de transportar drogas, quando a mala era de um  passageiro. “Nossa proposta é realizar reuniões públicas para tratar da questão da violência, mas produzir questões práticas que sirvam de subsidio para formulação de políticas públicas efetivas. O resultado dessas reuniões será enviado para governo do estado e para a Prefeitura”.

Jayme Asfora (PMDB) informou que a Frente parlamentar contra o Extermínio da Juventude Negra vai discutir o assunto. Segundo ele, jovens de classe média apresentam as mesmas práticas que são classificadas como lazer, e no entanto, quando se trata de negros é classificada como crime. “Queremos criar políticas públicas com base nessas discussões para que de fato reduzam efetivamente a criminalidade e as mortes desses jovens”.

 

Em 03/10/2017 às 17h06.