Presidente do Hebron recebe título de cidadão recifense

A Câmara Municipal do Recife concedeu o título de cidadão recifense, em reunião solene, ao presidente do laboratório farmacêutico Hebron, Josimar Henrique da Silva, por iniciativa da vereadora Doutora Vera Lopes (PPS). A solenidade ocorreu na manhã desta sexta-feira, 1º de junho, e foi presidida pelo vereador André Ferreira (PMDB). “Conferir o título de cidadão de um município significa o reconhecimento por toda uma vida de dedicação à cidade. Mas como ter certeza de que escolhemos a pessoa certa? Precisamos saber se essa pessoa tem características profissionais ou pessoais que lhe confiram os pré-requisitos necessários para merecer tal homenagem”, argumentou a vereadora.

A mesa da solenidade foi composta pelo ex-ministro Raul Jungmann; reverendo Paulo Albuquerque, da 1ª Igreja Presbiteriana do Recife; deputado estadual Sílvio Costa Filho e pelo senador Armando Monteiro Filho. O empresário foi conduzido ao plenário da Câmara Municipal do Recife pela diretora do Cerimonial da Câmara do Recife, Ana Torti. No início da reunião solene foi executado o Hino Nacional. Em seguida, a vereadora Vera Lopes fez a saudação ao homenageado. “A trajetória de Josimar sempre foi marcada por desafios”, ressaltou a vereadora, que fez um resgate da história de vida do homenageado, intercalando com elogios.

Em seu discurso, Vera Lopes ressaltou que Josimar Henrique da Silva nasceu em Palmares, na Zona da Mata do Estado. Aos 14 anos foi balconista de uma loja de tecidos e depois foi contratado pela Rádio Liberdade, de Caruaru. Em seguida, foi auxiliar de um escritório de contabilidade, escriturário do Banco Nacional do Norte (Banorte) até ingressar na área de medicamentos. Foi propagandista, supervisor,  gerente e gerente nacional durante 11 anos da Aché Laboratórios S.A., onde conheceu todo o processo de produção farmacêutica.

Foi convidado para estruturar o laboratório Novoterápica nas regiões Norte e Nordeste. A partir daí, tomou a iniciativa de formar o próprio negócio, abrindo uma distribuidora de medicamentos. O seu sonho era utilizar matéria-prima nacional e aproveitar o trabalho de pesquisa e desenvolvimento de produtos de cientistas e de universidades brasileiras. O laboratório farmacêutico Hebron – o primeiro de medicamentos do Brasil - foi criado entre os anos de 1985 e 1989 e começou a funcionar em janeiro em janeiro de 1990.

Como empresário, foi presidente por dois mandatos  da Associação dos Laboratório Farmacêuticos Nacionais (Alanac) e vice-presidente e presidente do conselho Diretor da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma). É diretor de assuntos políticos do conselho da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnoloigia e suas especialidades (Abifina). Foi, durante seis anos, membro do Conselho Consultivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e atualmente é representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Após o discurso, Vera Lopes entregou o diploma e a medalha do título de cidadão recifense. Um vídeo institucional, falando da Hebron e dos seus desafios, foi apresentado no telão do plenário. Em seguida, o senador Armando Monteiro Filho ocupou a tribuna para falar do empresário. “Tive a honra de acompanhar a sua trajetória e sempre me impressionei com sua figura, com sua capacidade de ir atrás do seu sonho. Com perseverança, crença, ação obstinada. Você sempre imprimiu a marca do pioneirismo e é um exemplo inspirador neste estado que busca um novo padrão de desenvolvimento”, afirmou. O ex-ministro Raul Jungmann também fez discurso. “Nascer no Recife é destino. Ser reconhecido é uma distinção. Não só pelas obras que você construiu, mas também pela sua vida, pela sua família, pelos amigos”, afirmou.  Os discursos deixaram o empresário emocionado, que não resistiu e chorou.

Na sequência, Josimar Henrique da Silva ocupou a tribuna para fazer os agradecimentos. De improviso ele questionou: “Qual a perspectiva de uma pessoa que nasceu nos anos 1950 num engenho localizado a 30 quilômetros de Palmares? Nenhuma”. Ele referia-se à própria história, quando ressaltou que o importante foi sair em busca do seu sonho, citou passagens bíblicas (ele é evangélico) e atribuiu os acontecimentos de sua via à ação de Deus. “Por que as coisas acontecem?”, voltou a questionar, enquanto relembrou detalhes de sua vida e lembrou da época que saiu de casa e foi ser contínuo da Rádio Liberdade, de Caruaru.

Josimar Henrique da Silva relembrou de quando veio para o Recife, o trabalho como bancário e como representante de laboratórios farmacêuticos.  “Foi a percepção de fazer algo além daquilo que já fazia, que me levou a sair dos laboratórios e iniciar no dia 1º de maio de 1982 o meu projeto, numa casa alugada na Rua Conde de Irajá, na Torre. Eu iniciei aquilo que já estava no meu coração. Ouvi muitos nãos. A palavra mais fácil e mais comum que eu ouvia era não”, disse. Quem primeiro apostou na Hebron, ele lembrou, foi o dirigente da extinta Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Sudene, Marlos Duarte. “Foi ele quem ouviu a minha história e me ajudou a erguer a Hebron”, disse.

Ele citou várias pessoas que o ajudaram no início e fez questão de agradecer a ajuda recebida. “Hoje, são 30 anos de história. Mas sei que esta  homenagem, a entrega do título, é mais para a criatura do que para o criador. Por isso, não devo recebê-la sozinho”, afirmou. E disse que dividia a honraria com familiares, amigos, funcionário e Deus.

Em 01.06.2012, às 12h53