Priscila Krause alerta sobre redução de Zepas

Em seu primeiro dia de volta da licença maternidade, a líder da oposição na Casa, vereadora Priscila Krause (DEM), fez um pronunciamento nesta segunda-feira (7) sobre a Semana do Meio Ambiente e criticou a postura da atual gestão que, segundo ela, “desprezou o componente ambiental” na execução de projetos como o Parque Dona Lindu, a Via Mangue e o Projeto Orla (aprovados sem um relatório de impacto ambiental) e o já rejeitado projeto da Usina Multicultural no Sítio Trindade. “Sem falar na redução silenciosa das Zepas”, completou. “Aconteceu diferente com a Tamarineira por causa da pressão popular. Melhor para o Recife, melhor para nosso futuro”.

Aline Mariano (PSDB) concordou e disse que vai acompanhar o projeto de construção do parque público na Tamarineira. “Muitas áreas do Recife não têm um movimento tão organizado quanto o da Tamarineira, que já lutava há 20 anos por um momento como este. A partir de agora devemos trazer este debate à Casa e ser vigilantes em relação ao que foi prometido pelo prefeito”.

A vereadora Vera Lopes (PPS) também explicou porque defendeu a manutenção da área como espaço público. “Como médica plantonista do Hospital Helena Moura, tinha o interesse de proteger o atendimento das crianças, que já sofrem com a falta de leitos. As policlínicas estão lotadas e não teríamos para onde enviar estes pacientes”.

 

Zepas menores

 

Em seu discurso, Priscila alertou sobre a redução nas áreas na Zepas (Zonas Especiais de Proteção Ambiental) do Recife. As Zepas são áreas de interesse ambiental e paisagístico ou que apresentem características de matas, mangues e açudes. “Em 2008 existiu um esforço da Prefeitura em regulamentar quase duas dezenas de Zepas. O que venho constatando é que, em pelo menos três, a Prefeitura diminuiu consideravelmente a área de preservação”. Ela citou o caso da Zepa do Açude de Apipucos, reduzida em 60%, da Lagoa do Araça, onde passou de 50 para 20 metros a área ‘non aedificandi’ preservada em seu entorno, e da Zepa da Ilha do Zeca, originalmente com 31,7 hectares e teve cerca de 9,5 há liberados para a construção civil.

Para a vereadora, preocupação ambiental é tarefa de todos. “Durante algumas décadas o movimento ecológico foi considerado um movimento romântico, épico. Hoje o apelo ambiental está longe de ser um proselitismo romântico. Está no cotidiano da gente a importância da água, do ar, dos combustíveis, das árvores, dos alimentos e até da forma de construção da nossa habitação. Do presidente da República aos vereadores, pertence a todos a responsabilidade pela urgente melhoria da qualidade ambiental da terra”.

Por isso, lamentou o que considera a lógica da atual gestão municipal. “Uma administração que queira realmente preservar e respeitar o meio ambiente, precisa rever urgentemente os parâmetros urbanísticos adotados na última década. Minha expectativa é que possamos convergir no reconhecimento do interesse público, que é o que une a todos”.

Em 07.06.10, às 18h.