Priscila Krause homenageia centenário de Amaro Quintas

Na passagem do centenário de Amaro Quintas, a vereadora Priscila Krause (DEM) prestou ontem na Câmara do Recife homenagem ao historiador pernambucano. Ela fez uso de palavras de Manoel Correia de Andrade para quem o ilustre intelectual se dividia entre duas paixões, pela história e pela sociologia. “Era um socialista reformista que nutria a esperança de uma sociedade mais justa e mais livre, sem deixar de lado os laços fortes com a tradição, especialmente àquelas que o ligava aos princípios da religião católica”.

Priscila lembrou a trajetória de Amaro Quintas, que foi professor e diretor do Ginásio Pernambucano, primeiro diretor do departamento de história social da Fundação Joaquim Nabuco, além de professor de diversas instituições como Universidade Federal de Pernambuco, Faculdade de Filosofia de Campina Grande, Filosofia do Recife, Universidade Católica de Pernambuco e o Colégio Israelita. “Ele deixou um legado de grande sensibilidade para o nosso povo. Era profundo conhecedor dos movimentos libertários que se deram em nosso solo, nas mentes e corações de nossos antepassados”.

A vereadora disse ainda que na lista de suas obras podem ser  lembrados textos sobre o espírito republicano em Pernambuco e a Revolução de 1817, sobre o padre Carapuceiro e sua crítica à sociedade açucareira, sobre os pontos comuns e as diferenças entre capitalismo e o cristianismo, sobre a massificação e humanismo, e sobre a Revolução Praieira, assunto que dominava como poucos.

Priscila ressaltou que Amaro Quintas foi cassado pelos militares em 1964, depois de um discurso sobre a determinação dos povos.  “A liberdade para ele não era apenas uma questão teórica, mas necessidade prática e imperativa dos tempos democráticos. Por isso buscou fazer de sua vida intelectual um exercício pleno da liberdade”.  A parlamentar frisou também que o historiador para se ver livre em todos os seus atos e não se sentir constrangido, preferiu não se filiar a nenhum partido político. A oralidade e a literatura eram sua forma de luta.

Amaro Quintas, à época da cassação já havia tomado posse na Academia Pernambucana de Letras, desde 1962. Também foi integrante do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco.“Esta Casa de José Mariano, tenho certeza, junta-se às manifestações em seu louvor, pela visionária compreensão de sem altas dose de liberdade é impossível o alcance da verdadeira justiça social”.

Em 30.03.11, às 17h03.