Priscila Krause repercute denúncia de “máfia da merenda” no Recife
A vereadora pediu explicações convincentes e claras, além de uma investigação profunda. “Não basta a Prefeitura dizer que não existe esse tipo de expediente dentre dos seus corredores. É preciso provar que não existe. Quem faz opções pela vida pública tem que ter paredes de vidro para que todos saibam o que acontece lá dentro. Temos que exigir em nome do respeito dar uma resposta clara e objetiva à população em relação a esse problema. Caso essa denúncia seja verdadeira, teremos a explicação para uma qualidade tão ruim na merenda da cidade porque quem sofre com o pagamento de propina são as crianças”.
Priscila Krause citou ainda denúncias anteriores feitas por ela, como a relação da Prefeitura com a empresa Dark. “Uma relação obscura com uma empresa laranja onde o sócio principal era o motoboy da empresa e a sede funcionava numa sexshop. O contrato era milionário. Fizemos a denúncia e a investigação corre no Ministério Público de Pernambuco. Na época, o prefeito João Paulo cancelou o contrato, o que foi um avanço, mas os culpados precisam ser punidos”. Ela lembrou também dos polêmicos contratos com a Qualix, empresa responsável pela coleta do lixo na cidade, e da consultoria feita à Finatec para modernizar o setor público. “No caso da Finatec, eram contratos milionários pelo Brasil inteiro e o do Recife era o maior valor, quase 20 milhões de reais. Uma consultoria para modernizar o setor público e até agora nada foi feito”.
A vereadora Aline Mariano (PSDB) também repercutiu o assunto. Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, ela promoveu na Câmara uma audiência pública sobre a merenda escolar na rede municipal. “Fui a seis escolas e conversei com diretores e a denúncia que eu tive era que as merendas estavam chegando atrasadas, em pequena quantidade e de péssima qualidade. O cardápio, que é pago com dinheiro publico e de altíssimo custo para os cofres públicos, muitas crianças sequer sentiram o cheiro do que tinha sido fechado no contrato”. Aline sugeriu que as informações do Ministério Público de São Paulo fossem trazidas para a Casa e levantou ainda a possibilidade de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a denúncia. “Peço que a bancada de oposição marque uma reunião para trazer a investigação através de uma CPI, se for o caso”.
Em 13.09.2010, às 16h35.