Priscila recebe solidariedade irrestrita de colegas

A vereadora Priscila Krause (DEM) recebeu ontem a solidariedade irrestrita da unânimidade dos colegas vereadores em reação à nota publicada em blogs da cidade do secretário de Segurança Urbana, Murilo Cavalcanti, ao criticá-la por ter denunciado no plenário da Câmara do Recife na terça-feira 5, a compra de um terreno que havia sido cedido em janeiro pela Chesf, mas que teria sido revogada e por isso a compra por R$ 13,8 milhões. O lugar vai abrigar o primeiro Compaz da cidade. Na ocasião a vereadora indagou se o ato de doação havia sido “teatrinho” ou a retirada da doação teria sido um ato de retaliação do governo federal, em virtude da possível candidatura do governador do Estado à presidência da República. Ela enfatizou a importância do Compaz, mas criticou o recuo da doação. No mesmo dia o líder do governo, vereador Gilberto Alves (PTN), explicou que em janeiro foi assinado ato para a doação e que posteriormente por orientação da Aneel foi revogado, mas a PCR resolveu fazer o investimento em virtude da importância social do equipamento.

Priscila Krause disse que foi surpreendida pela nota do secretário que afirma ser ela “menina rica que anda de carro com motorista e não conhece a realidade do Recife”. Ela considerou a reação do secretário desproporcional, levando para o lado pessoal uma crítica própria à missão parlamentar. “Ele me etiquetou e atingiu a mim, aos vereadores desse poder e a toda população do Recife que nos escolheu. Nessa Casa fazemos o debate ético e bom para os interesses da sociedade. Sou rica sim, de espírito”.  

O vereador André Régis (PSDB) comentou as declarações do secretário  em resposta às criticas feitas pela vereadora Priscila Krause. De acordo o parlamentar, o Secretário não segue a linha de comportamento do prefeito Geraldo Júlio. “Desde a primeira vez que tive contato com os vereadores, no almoço promovido por Geraldo Julio, recordo o clima de confraternização. De lá pra cá só tenho elogios ao prefeito em termos de postura, equilíbrio, em como ele tem tratado a oposição”. Jurandir Liberal (PT)  alertou que a Casa tem de se posicionar, pois o que aconteceu com a vereadora, segundo ele, pode acontecer a qualquer  um que discordar da Prefeitura. Lembrou que o Prefeito tem tido relação boa  e educada com os parlamentares.

Henrique Leite (PT) disse que a colega andava de canto a canto da cidade e a conhece muito bem. Disse que a falta de tribuna levava as pessoas a fazerem declarações equivocadas. Gilberto Alves (PTN) lembrou que o debate no parlamento é uma rotina, mas no calor do debate  acaba havendo exacerbação. Disse também que foi surpreendido pela nota colocada pela vereadora nos blogs onde insinuava que poderia ter havido “teatrinho” no ato da doação e que talvez isso tenha levado a uma reação maior. “Precisamos ter cuidado com as expressões usadas e mal colocadas. Queremos continuar o bom debate”. Carlos Gueiros (PTB) disse que não comentaria o mérito do debate, mas referiu-se à forma elegante e serena com que a vereadora estava tratando o assunto, bem como a do líder do governo. Raul Jungmann (PPS) acentuou que o parlamento é um espaço onde o outro deve ter vez. Para ele há limites de civilidade em todo debate e é papel do vereador fiscalizar o poder público.

Marco Aurélio (Solidariedade) disse que fala o que pensa e “digo que nenhum secretário tem o direito de agredir nenhum de nós”. Disse ainda que nunca viu o prefeito ter atitude de desrespeito, e dessa forma um secretário deveria se espelhar nele. Estamos aqui para exercer nossa função. Antônio Luiz Neto (PTB) repudiou as palavras do secretário por ter faltado com o respeito à vereadora, aos representantes do povo e ao povo utilizando expressões que jamais deveriam ter sido usadas. “Ele deveria se espelhar no chefe dele. O líder do governo já havia explicado bem o episódio e um secretário não pode ter a pretensão de se expressar a um vereador da forma que fez”.

Rogério de Lucca (PSL) na minha primeira legislatura fiz pronunciamento sobre ética e moral e recentemente sobre o litígio entre poderes. “Algumas pessoas não sabem diferenciar o que é ética e o que moral”. Wilton Brito (PHS) frisou que não há governo forte com oposição fraca e a oposição dessa Casa precisa ser exaltada. Mas considerou que a vereadora havia deixado transparecer a insinuação do “teatrinho” na assinatura da doação e não foi essa a intenção do prefeito. “A denúncia deve ser feita, mas é preciso ter certeza do que se diz”.

 

Em 06.11.2013, às 18h48.