Projeto da Via Mangue é discutido na Câmara

A vereadora Priscila Krause (DEM) afirmou que ainda há muitas dúvidas sobre a obra da Via Mangue. A parlamentar presidiu, na manhã desta terça-feira, 21, uma audiência pública com a presença de representantes da Prefeitura do Recife e do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco para discutir a realização da obra. “Existe um consenso sobre a importância dessa via, mas não seremos flexíveis com qualquer suspeita de desvio das determinações legais e procedimentos transparentes previstos em lei. Não passaremos por cima de nada disso. Ficaremos vigilantes”, esclareceu a vereadora.

O secretário municipal de planejamento, Amir Schvartz, defendeu a Via Mangue como solução para o trânsito na zona sul e também para problemas sócio-econômicos e ambientais. Ele ressaltou que a obra vai permitir a preservação de uma extensa área de manguezal e a construção de unidades habitacionais. 352 famílias de baixa renda que moravam precariamente em trechos por onde vai passar a nova via já foram contempladas. Apesar disso, o secretário admitiu que ajustes podem ser feitos.  “Estamos aqui para dialogar e pra que seja feito o melhor. Precisamos nos unir para realizar a obra o mais rápido possível.

A Via Mangue começou a ser executada em 2006 com a construção do túnel no Pina sob a Avenida Herculano Bandeira, correspondente a primeira etapa. O projeto prevê quase cinco quilômetros de via para ligar a Avenida Antônio Falcão à Ponte Paulo Guerra, sem semáforos, sem cruzamentos, com ciclovia e previsão de velocidade média de 60 km/h. A obra vai custar R$ 418 milhões.  

O valor foi questionado pelo Tribunal de Contas do Estado que também pede esclarecimentos quando a aspectos técnicos. “O projeto básico é insuficiente e precisa ser mais específicos em diversos pontos. Quanto ao custo, o tribunal avaliou que existem R$ 159 milhões a serem justificados”, declarou Airton Guedes, inspetor de obras do TCE-PE.

O TCE concluiu ainda que a prefeitura deve apresentar outras alternativas de traçado para a Via Mangue, exigência que o vereador Jurandir Liberal (PT) não considera pertinente. “Os aspectos técnicos de engenharia não são de competência do Tribunal de Contas que portanto não deve discutir o traçado”, explicou o vereador.

O vereador Josenildo Sinesio (PT) destacou que a obra fomenta desenvolvimento econômico e inclusão social por prever a construção de três conjuntos habitacionais e disse estar satisfeito com a preocupação do TCE em agilizar o processo. Já o vereador Daniel Coelho (PV) pediu esclarecimentos sobre o andamento das negociações da prefeitura com a Marinha, dona do terreno por onde vai passar um trecho da Via Mangue e quanto ao custo elevado da obra, R$ 100 milhões por quilômetro de via construído. O secretário Amir Schvartz explicou que o valor do empreendimento é alto devido à complexidade da obra e ao aquecimento do setor da construção civil.

 

Em 21.12.2010, às 13h40.