Projeto revê políticas públicas para educação de crianças com microcefalia

Uma das consequências da epidemia de Zika Vírus iniciada em 2014 é o alto número de crianças nascidas com microcefalia ou outras alterações de crescimento e desenvolvimento possivelmente relacionadas ao vírus. Entre novembro de 2015 e dezembro de 2016, o país confirmou 2.205 casos de bebês afetados. Crianças que em breve estarão em idade escolar e serão recebidas pela rede pública e privada de ensino. Pensando nisso, o vereador Renato Antunes (PSC) apresentou o projeto de lei nº 362/2017 indicando princípios e diretrizes para a formulação e implantação de políticas públicas em educação destinadas às crianças portadoras Síndrome Congênita da Zika Vírus (Microcefalia).

O autor explica que a proposta visa não só assegurar o ensino, mas a estimulação precoce e continuada dessas crianças mediante acompanhamento e intervenção pedagógica especializada, para desenvolver os níveis de aprendizagem possível, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente. A matéria tem o parecer de aprovação da Comissão de Saúde e tramita em outras comissões da Casa.

“Embora a legislação seja clara e garanta um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, ainda há muito a fazer em relação a recursos humanos, materiais e infraestrutura para que as Unidades Educacionais possam acolher as crianças com necessidades especiais, em particular as portadoras de microcefalia. Nos próximos dois anos, as crianças que nasceram em 2014 estarão em idade de frequentar as escolas, públicas ou particulares, que por sua vez, ainda não estão equipadas em condições reais para recebê-las, com os educadores com formação específica para desenvolver práticas pedagógicas, e ideias para aprendizagens significativas”, justificou o autor.

O projeto prevê uma reformulação das políticas públicas de Educação garantindo a ampliação da oferta de vagas e atendimento especializado na rede pública e privada; a criação de curso de especialização e formação dos educadores; o acompanhamento especializado de uma equipe multidisciplinar para garantir e dar prosseguimento à estimulação precoce e continuada. Além da criação de novas salas de recursos multifuncionais e da adequação das salas já existentes para atender às necessidades particulares das crianças portadores da Síndrome Congênita da Zika Vírus, sem comprometer as demais crianças portadoras de outras doenças e síndromes já contempladas.

Em 11.01.2017, às 13h.