Projeto sobre remuneração de professores é aprovado
Segundo o vereador Rinaldo Júnior (PRB), o projeto de lei poderia ser rediscutido com o Sindicato dos Professores e com os parlamentares. “Gostaria que o projeto fosse retirado de pauta, pois o que nós queremos é uma discussão com a base e com o sindicato da categoria. É uma questão muito séria e precisa ser negociada”.
Já o vice-líder do governo, vereador Wanderson Florêncio (PSC), ressaltou a importância da presença dos professores na Casa e que no próximo semestre o reajuste de todos os servidores entrará na pauta. “Estamos votando uma adequação ao piso salarial referente ao mês de janeiro e não estamos falando em reajuste de professores. A partir do dia 20 de julho foi dito na mesa de negociação que o reajuste salarial englobaria não só os professores, mas todos os servidores da Prefeitura. Essa negociação entrará em pauta no segundo semestre e estaremos aqui para avançar. Todos nós sabemos do difícil cenário e a gestão gostaria de ter aberto o diálogo no começo do ano, mas não foi possível”.
Jairo Britto (PT) concordou com a posição de Rinaldo Júnior em retirar a matéria da pauta e lembrou que “a proposição prejudicaria os profissionais mais antigos”. “Se a mesa de negociação é dia 20, então faltam apenas 17 dias. Seria uma boa oportunidade de retirar o projeto e que no dia 20 fizesse uma proposta para satisfazer a categoria. Não existe salário de professor novo e antigo. Existe um plano de cargos e carreiras e não posso dar um aumento para professores iniciais, da forma como está, porque vai igualar aos mais antigos, prejudicando os demais que estão há mais tempo na sala de aula”.
Ivan Moraes (PSOL) leu uma mensagem da vereadora Ana Lúcia (PRB), que é presidente da Comissão de Educação e não estava hoje no Recife, e considerou que a proposta coloca faixas de reajuste inadequadas. “A vereadora Ana Lúcia, através de uma mensagem, considera que o projeto de lei não contempla a categoria e que beneficia somente as categorias iniciais. É importante saber o que a gente esta votando e não é apenas uma adequação. Quando a lei é respeitada o piso deveria ser um pouco mais de R$ 2.200 reais. Todos os professores deveriam receber pelo piso. Os aumentos distintos apresentados na matéria com 2%, 5% ou 7% trazem, na prática, salários de três faixas praticamente iguais e para contemplar 85 servidores. Não é a forma certa”. Ivan Moraes também pontuou que os professores estão dispostos a debater com a gestão e os vereadores. “Existe uma mesa de negociação, um sindicato constituído disposto a debater e a realizar uma contraproposta”.
Antecipando que iria votar contrário ao projeto de lei, o vereador André Régis (PSDB) frisou como positiva a ideia da oposição em rediscutir a proposta em outra ocasião. “Votarei contra a proposta do Executivo, pois os argumentos trazidos da PCR não me convenceram. Acho a proposta da oposição razoável e a representação dos professores poderia esperar pois acredito que seria melhor fazer uma discussão em outro plano”.
André Régis falou ainda sobre as condições dos professores no Recife. “Eles sofrem diariamente pela falta de condições de trabalho. Sou professor há mais de 20 anos e confesso que é impossível enfrentar uma sala de aula no Recife e sair sem estar exaurido diante de um calor intenso. Algo inconcebível para uma classe trabalhadora a quem confiamos o nosso bem mais precioso, que são as crianças. Temos uma rede cara e como professor e filho de professora da rede municipal de ensino do Recife, acho lamentável que a PCR ainda não tenha entendido os desafios e maneiras de enfrentar essa rede”.
Em 03.07.2017, às 18h41