Raul Jungmann diz que movimentos populares vão perdurar

A partir da manchete dos três jornais recifenses que tratam da derrota da PEC 37, que limitava o poder de investigação do Ministério Público, o vereador Raul Jungmann (PPS) propôs uma reflexão do atual momento político durante reunião plenária desta quarta-feira, 26. “Essas manchetes, além da informação que trazem, o que elas nos dizem?”, provocou o vereador, respondendo em seguida: “Elas nos dizem o quanto a democracia é flexível, receptiva, que tem capacidade de mudar conforme a pressão popular. E isso é motivo de muita alegria. Ao contrário da ditadura, que é impermeável e rígida. Se estivéssemos na ditadura, teríamos mortes, a exemplo do que ocorreu no Egito, na Síria, na Líbia”, observou.

As constantes manifestações populares, que têm trazido resultados concretos como a rejeição da PEC 37, disse ele, não significa que o Congresso Nacional está sendo submisso. “As vozes das ruas é que são soberanas. O que houve foi um reconhecimento dessa superioridade”, acrescentou. Ele interpretou que deputados e senadores estão “construindo pontes com o povo” na medida em que atendem aos clamores populares. “Precisamos refazer essas pontes, sermos sensíveis às ruas. A cidadania é a razão de estarmos aqui. Proponho dar as mãos às ruas, fortalecer esta casa legislativa, pois esse é o nosso mandamento”, assegurou.

Raul Jungmann analisou ainda que as manifestações populares são irreversíveis porque a população “aprendeu o caminho da mobilização através das redes sociais” e porque “esta novidade política veio para ficar”. Em seu entendimento, a partir de agora, “é preciso aprender a viver em tensão constante com as ruas, e também em interação constante com as vozes que vêm das ruas”. Ele foi aparteado pelos vereadores Carlos Gueiros (PTB), Luiz Eustáquio (PT) e Vicente André Gomes (PSB), presidente da Câmara Municipal do Recife. Todos eles mostraram-se sintonizados com o discurso de Raul.

Gueiros reforçou que é necessário ter “ouvidos para o que foi dito e o que ainda está para ser dito nas ruas”. E acrescentou que a democracia é movida pela pressão popular e que a Câmara Federal, ao rejeitar a PEC 37, atendeu aos apelos populares. Luiz Eustáquio observou que “no rastro dessa beleza cívica um novo momento político está surgindo” e que “os políticos não podem se esquecer do povo, que nos trouxe até aqui”. Vicente André Gomes analisou que as manifestações se avolumaram na medida em que “as casas legislativas perderam a capacidade política de interferir nos governos e de serem ouvidas pelo Executivo”. Ele acrescentou, ainda, que as reclamações da sociedade são legítimas e que os políticos estão sendo induzidos a discutir as reformas política, tributária, e o seu papel de atuação.



Em 26.06.2013, às 13h05.