Raul Jungmann realiza audiência pública sobre Saúde Recife e Reciprev
O diretor presidente do Saúde Recife, Manoel
Carneiro, afirmou que o sistema funciona com regularidade e que presta um
serviço de boa qualidade aos servidores, mas confirmou que as novas adesões
estão suspensas há quatro anos, em razão do déficit financeiro que acumula.
“Por isso, estamos fazendo um estudo para tornar o sistema autossustentável do
ponto de vista financeiro e econômico”, disse. Durante a audiência, ele
apresentou slides com um diagnóstico do sistema. Segundo os dados apresentados,
há 23.329 usuários, entre funcionários (11.358) e dependentes (o restante).
O déficit mensal com a assistência, segundo garantiu, é de R$ 2,4 milhões, uma vez que o sistema arrecada dos servidores R$ 1 milhão e 360 mil,
mas gasta R$ 3,8 milhões. A Prefeitura do Recife vem participando com
70% dos gastos do sistema para cobrir o déficit.
“Dos inscritos no sistema, 80% ganham até quatro salários mínimos e
contribuem mensalmente com R$ 60, uma vez que a alíquota é de 4,5% sobre a
remuneração do servidor. Os seus dependente pagam, cada um, R$ 30”, explicou
Manoel Carneiro. Este ano, entre consultas, exames, tratamentos e internações,
já foram realizados 95.057 atendimentos. O total de prestadores de serviço,
entre médicos, consultórios e hospitais, totalizam 160. A gestora em saúde do
Saúde Recife, Ana Maria Marques, que também fez apresentações de slides na audiência
pública, afirmou que está em andamento um conjunto de ações para melhorar o
sistema, que inclui capacitações de servidores e prestadores de serviço,
modernização do parque tecnológico, implantação de uma ouvidoria e criação de
um regulamento interno, entre outras iniciativas.
Ela acrescentou que as ações realizadas estão focadas na prestação de
assistência, regulação do sistema e auditoria. Ana Maria Marques confirmou
que estão de fora do Saúde Recife cerca de 22 mil servidores. “Isso não quer
dizer que todos eles querem entrar no sistema, uma vez que a adesão é
facultativa. O Saúde Recife não permite novos sócios porque o atendimento passa
por uma definição de modelo assistencial, que estamos revendo. Estamos
trabalhando na ideia, pois é necessário que ele seja exequível. É preciso
definir, nos estudos que estamos processando, qual o sistema que vamos
oferecer”, disse. O histórico de assistência à saúde dos servidores do Recife
vem desde de 1977. Entre esse ano e 1999, ela
foi prestada através do IPSEP. A partir de 2000, passou a ser IRH/Sassepe. O
Saúde Recife foi implantado no ano de 2005, em convênio com o SASSEP.
Em 2007, o sistema passou a ser gerido pela Prefeitura do
Recife, com rede credenciada privada. Junto com o Saúde Recife, o
Reciprev, forma o sistema de assistência aos servidores. O Reciprev cuida
exclusivamente das aposentadorias e benefícios. O diretor de Investimentos,
José Marcos Alves de Barros, fez uma avaliação do patrimônio dessa autarquia e
garantiu: “O sistema está bem. Os valores garantem o funcionamento e
aposentadorias até 2082”, assegurou.
Também estiveram presentes na audiência do diretor financeiro do Saúde Recife, Alexandre César Feitosa; o representante da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Prefeitura do Recife, Wladimir Cordeiro de Amorim; o chefe do Núcleo de Atos de Pessoal do Tribunal de Contas do estado, Marconi Karley e o representante do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos da Administração Direta e Indireta da Prefeitura do Recife (Sindsepre), Clínio Oliveira. Ele confirmou que o atendimento do Saúde Recife é de boa qualidade para quem já é associado, mas lamentou que o plano de assistência não contempla todos os servidores. Ele também reclamou da participação do funcionalismo no Conselho Deliberativo de Saúde, que foi reativado pelo decreto municipal 27.005, de 1º de abril de 2013.
Em 12.06.2013, às 14h05