Recife se despede de Arlindo dos Oito Baixos
Emocionado, Aécio dos Oito Baixos ressaltou as qualidades humanas do irmão. “Ele era uma pessoa boa, com um coração enorme e fazia tudo com muita felicidade. Quando eu quis aprender a tocar o instrumento, nunca me disse um não”. Vários colegas de profissão também fizeram questão de acompanhar a cerimônia, que teve declamação de cordel, cantoria, orações e muitos aplausos. Ronaldo Aboiador escolheu a música “Cacimba Nova”, de José Marcolino, para descrever o amigo. “Rogo a Deus para um dia, reinar-te ainda alegria, paz, sossego e harmonia, voltando a felicidade, que um sentimental vaqueiro, passando no seu terreiro, solte um aboio de saudade”.
Fundador do Quinteto Violado, Marcelo Melo disse que a obra de Arlindo dos Oito Baixos ficará eternizada à de outros nordestinos. O cantor Bilu de Campina lembrou que participou de muitos eventos junto com o sanfoneiro. “Ele saiu do momento da terra para abrilhantar o céu”. Sanfoneiro e amigo de Arlindo desde 1978, Luizinho Calixto também falou da morte do músico. “É uma perda muito grande para o Brasil, fãs, adeptos e amigos que ele tem espalhado por todo o país. Vou lembrar só de momentos alegres, porque não conheci momentos tristes com ele”.
Trajetória- Arlindo Ramos Pereira nasceu em 16 de abril de 1942, no povoado de Santo Amaro, em Sirinhaém, na Mata Sul de Pernambuco. Aos 10 anos, começou a tocar e em mais de 50 anos de carreira, compôs cerca de 200 músicas, a maioria instrumental. Por quase duas décadas se apresentou ao lado do Rei do Baião Luiz Gonzaga, que sugeriu inclusive o nome artístico de Arlindo. O músico se tornou mais conhecido, em carreira solo, quando abriu o Forró do Arlindo, hoje Espaço Cultural Arlindo dos Oito Baixos, no bairro de Dois Unidos, no Recife.
Em 24.10.13, às 15h31.