Requerimento da vereadora Marília Arraes divide opiniões

Uma moção de desagravo em favor de Michel Zaidan Filho gerou debate e dividiu opiniões na reunião plenária desta segunda-feira, 21. O motivo do requerimento da vereadora Marília Arraes (PSB) foi o processo judicial aberto pelo governador de Pernambuco contra o cientista político e professor da UFPE. Segundo a parlamentar, ele estaria sofrendo retaliações por publicar artigos e crônicas jornalísticas questionando aspectos do governo e debatendo denúncias recentes de irregularidades na administração estadual. “Estamos fazendo uma crítica política que o nosso mandato permite que seja feita em relação a essas condutas. Vivemos em um Estado onde artigos geram perseguição e a gente tem que dar liberdade aos cientistas políticos e estudiosos que avaliam a situação de Pernambuco”.

Marília Arraes destacou ainda a formação acadêmica de Zaidan, graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco, mestre em História pela Universidade Estadual de Campinas e doutor em História Social pela Universidade de São Paulo. “Trata-se de clara tentativa de calar e de amedrontar o renomado professor, cuja seriedade, visão crítica e embasamento teórico há muitos anos têm contribuído com a política de Pernambuco”.

O requerimento recebeu apoio do vereador Jurandir Liberal (PT). “Ninguém é obrigado a concordar com a administração e num regime democrático isso é permitido. Não cabe uma ação contra opiniões. Esse seu requerimento está dentro da lógica e quero fazer justiça com Zaidan porque não concordo que ele vá a juízo para fazer explicações sobre artigos que ele escreveu”.

Mas o vereador André Régis (PSDB) questionou o documento e disse que por se tratar de uma matéria judicializada a Câmara não teria condições de fazer um voto de desagravo. “Apelo pela retirada do requerimento para que a gente aguarde o desfecho desse processo e quando tivermos o pleno domínio do fato, poderemos nos manifestar. Não acho que a gente deve se posicionar politicamente”.

A mesma colocação teve o líder do Governo, vereador Gilberto Alves (PTN), que também condenou um pré-julgamento. “Nós que conhecemos o governador sabemos que ele é um democrata, com postura serena e responsável, além de uma liderança política importante e que sempre fez questão de se conduzir com muito respeito às tradições democráticas do nosso Estado. Essa Casa não pode manifestar um juízo de valor, não concordo com o requerimento e votarei contrário a ele”.  Apesar do debate, a votação do requerimento acabou sendo adiada porque o vereador Estéfano Menudo (PSB) pediu vista. Ele agora tem o prazo de cinco dias corridos para devolver o documento à mesa diretora.

Em 21.09.15, às 17h27.