Requerimentos por segurança geram debate na Câmara

Nesta segunda-feira (4), a Câmara do Recife votou – e aprovou – o requerimento nº 7.986/2017, de autoria do vereador Romero Albuquerque (PP), que solicita ao Poder Executivo o reforço do policiamento ostensivo na avenida Saldanha Marinho, no bairro do Ipsep. A matéria, juntamente a outros requerimentos do parlamentar que pediam por segurança em logradouros específicos, geraram um debate sobre os requerimentos da Casa e a questão da violência na capital.

O assunto foi levado à tribuna pelo vereador André Régis (PSDB), durante a discussão sobre o requerimento nº 7.986/2017. Ele concordou com a aprovação do texto e criticou a situação de insegurança do Recife, mas sugeriu uma discussão mais profunda sobre o tema. “Voltamos àquele clima que devasta a qualidade de vida. Já aprovamos diversos requerimentos dessa natureza. Poderíamos desenvolver aqui algum tipo de debate para não precisarmos aprovar requerimentos isolados para cada rua. Entendo a pressão dessas ruas por policiamento ostensivo. O que estou promovendo é que possamos mapear as regiões com o maior índice de violência para fazermos um trabalho em conjunto.”

Em um aparte, o vereador Ivan Moraes (PSOL) concordou com o colega. Ele lembrou que o assunto foi trazido à Câmara diversas vezes neste ano. “É um debate fundamental. Até mais do que indicar a que lado deve ir o policiamento ostensivo, e não podemos nos abster dessas sugestões, precisamos de uma discussão mais profunda sobre a segurança cidadã. Dentro do escopo do município, há várias tarefas que não estão sendo realizadas. É preciso cobrar da Prefeitura ações que são suas, como a mediação de conflitos.”

Romero Albuquerque também subiu à tribuna para falar do requerimento. Ele afirmou que a matéria legislativa surgiu a partir de uma ferramenta de seu mandato, o Solicita Recife. Na opinião do parlamentar, cabe ao Poder Executivo organizar as informações sobre as áreas de maior risco à segurança na cidade. “Esse mapeamento deve ser feito pelo Poder Executivo. Ele deveria vir a esta Casa para fazer um levantamento dos requerimentos e verificar quais são as áreas com maior índice de criminalidade. Como vereador, continuarei a cumprir meu papel e a atender as demandas da população. O cidadão anda amedrontado com a situação em que está a cidade. Vou sugerir uma reunião pública e que seja montada uma comissão para que possamos debater o tema.”

Presidente da Comissão de Segurança Cidadã, o vereador Almir Fernando (PCdoB) se colocou, ao se dirigir a Romero Albuquerque, a favor dos requerimentos que pedem reforço de segurança em locais específicos. “Não podemos negar quando o assunto é segurança. Tenho certeza de que várias pessoas têm mandado solicitações a Vossa Excelência. Não podemos deixar de encaminhar esses requerimentos se há uma cobrança. Infelizmente, em todas as esquinas da cidade tem assaltos.”

Ao final do debate, o vereador Antonio Luiz Neto fez uma reflexão sobre o estado de insegurança da capital pernambucana. “O país inteiro está uma calamidade, mas em Pernambuco está pior. No noticiário nacional, assistimos a uma prevalência da divulgação da falta de segurança em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas Recife supera esses índices e nos deixa alarmados. A preocupação da Casa deve ser uma preocupação institucional. Precisamos ter cuidado para não confundir as obrigações das instituições. A guarda municipal é uma guarda patrimonial.”

Em 04.09.2017, às 18h