Reunião discute o fortalecimento das Comunidades Terapêuticas

Tendo como objetivo reunir as comunidades terapêuticas do estado de Pernambuco e do Recife e discutir formas de fortalecer o segmento, a vereadora Michele Collins (PP) promoveu uma reunião na noite desta quinta-feira, 29, no Plenarinho, para debater o tema. O encontro contou com a participação de Egon Schluter, presidente da Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas (CONFENAC) e de Ana Paula Martins, gerente de cuidado da Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas da cidade do Recife (SEPOD-RECIFE).

A vereadora Michele Collins ressaltou o valor do encontro e dos cuidados que as Comunidades Terapêuticas dão em relação ao tratamento do usuário. “Esta é uma oportunidade muito boa de saber tudo o que está acontecendo no Brasil e poder trazer para Pernambuco o fortalecimento dessas organizações que têm prestado um serviço de excelência para a comunidade. É um serviço que acolhe, cuida, dá ressocialização e que a população já entendeu a sua importância. A mãe que tem um filho que usa crack sabe dar valor a um cuidado na hora em que precisa e a gente precisa desse fortalecimento e desse reconhecimento do trabalho dessas comunidades que, ano que vem, vão completar 50 anos”.

Michele Collins anunciou que a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou um acordo inédito com o Recife pelas políticas públicas de drogas. “É algo inédito. O prefeito Geraldo Julio pôde constatar isso hoje, um grande dia para celebrar essa parceria. É a primeiro acordo  realizado no Brasil, e talvez até no mundo, porque a ONU só faz parcerias com países e não com municípios. O Recife terá cooperação técnica para política sobre drogas e estamos muito felizes porque eles têm princípios norteadores importantes, têm uma visão mundial daquilo que dá certo ou errado e, baseados nesses parâmetros, é que estarão caminhando as políticas públicas do Recife”.

A parlamentar frisou ainda que a união de toda a sociedade trará sucesso para as políticas públicas. “Estamos no caminho certo e precisamos do engajamento de todos da sociedade civil organizada, igrejas, organizações, cidadão comum e comunidades que serão envolvidas nesse contexto para poder trabalhar na prevenção, no cuidado e na reinserção social de usuários de drogas e seus familiares”.

Ana Paula Martins citou como é realizado o trabalho na Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas da cidade do Recife (SEPOD-RECIFE). “A Secretaria trabalha com políticas de redução de danos com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e redes complementares, como as CT's. Sabemos que temos usuários de diversos perfis e que a gente precisa ter dentro dessa rede de cuidado e de proteção, a rede complementar. A Prefeitura tem um convênio com quatro Comunidades Terapêuticas, que vai até setembro desse ano, mas a gente vai fazer um novo edital para um novo convênio”.

O presidente da Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas (CONFENAC), Egon Schluter, detalhou na reunião como funcionam as CT’s e os números destas instituições.   “AS CT’s  são o segmento que mais atende as pessoas dependentes do álcool. No Brasil, hoje, temos cerca de 2 mil CT’s . O Censo que foi feito pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (SENAD), em 2012, apontou 1.850. Em termos de vagas são oferecidas em torno de 80 mil. É um trabalho desenvolvido por entidades do terceiro setor sem fins lucrativos e que há uma vinculação muito forte com as igrejas de várias denominações”.

Egon Schluter também ressaltou que o reconhecimento às CT’s é uma das principais bandeiras a serem levantadas e lembrou que políticas continuadas precisam ser implementadas. “Além do reconhecimento, é preciso a regulamentação do serviço com uma legislação clara e   requisitos mínimos  dando segurança tanto para o órgão público como para as próprias entidades. E também é uma garantia das pessoas acolhidas e da família. Então isso é algo que nós também perseguimos, e também objetivamos, para que haja um financiamento continuado do serviço da comunidade terapêutica. Hoje existem convênios isolados que dependem de editais de licitações e renovações a cada ano. Não existe uma política continuada de financiamento e que dá uma instabilidade para as entidades se manterem”.

Em 29.06.17 às 21h08.