Reunião pública debate a educação para a não violência
Segundo Ivan Moraes, está em vigor o Projeto Não Violência nas Escolas de Pernambuco, elaborado a partir das ações de duas organizações: O PET Conexões de Saberes- Políticas Públicas de Ações Afirmativas para a Juventude e o Coletivo Humanista de Pernambuco. “Surge a partir de ações em escolas de Igarassu em 2015 e 2016 e das Oficinas de Não Violência que aconteceram na Escola de Referência em Ensino Médio Professora Euridice Cadaval, localizada em Itapissuma, que culminou no Festival Multicultural da Não Violência. Hoje em dia o projeto se espalha por diversas escolas pelo estado, incluindo 13 escolas municipais do Recife”, disse o parlamentar.
Para Ivan Moraes, discutir a não violência é urgente e justificou a importância do debate na Casa de José Mariano. “É discutir sobre as diversas formas de violência das escolas e que ocorrem nas escolas levando a uma reflexão que possa levantar os problemas vividos no cotidiano do ambiente escolar e gerar propostas que visem erradicar as diversas formas de violência. A escola é um lugar de coesão social e possui um potencial de transformação. O respeito às diferenças, o diálogo, a compreensão do mundo e o autoconhecimento é o que propõe a Não Violência Ativa”, disse o parlamentar.
Vinicius Pereira Tavares, educador do Projeto Não Violência nas Escolas, parabenizou a realização do evento e enalteceu a educação na vida das pessoas. “Nós atuamos nas escolas porque ainda consideramos um lugar que consegue ter uma certa estabilidade. Apesar de muitas dificuldades, a escola ainda goza de afetividade entre as pessoas. Ela pode ser a peça-chave de sucesso e o farol da transformação em qualquer lugar, pois é um espaço de formação e consegue juntar uma geração inteira. Desejo paz, força e alegria para todos e todas".
A professora da rede municipal de ensino, Aayna Freitas, disse que os professores estão muito vulneráveis o tempo todo nas escolas. “É preocupante a forma como os alunos se comportam e as crianças desde já cedo. Tratam os assuntos banais, como morte e violência. Isso cria uma fragilidade muito grande no contexto da educação. A violência é o reflexo da vida na comunidade. O professor tem que estar bem e forte porque a luta é dura e ele só pode ajudar o estudante quando estiver fortalecido por dentro”.
A educadora social do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhc), Domênica Rodrigues, enfatizou que o professor é um grande transformador de todas as cadeiras dentro das salas de aula e defendeu ações coerentes para garantir a transformação social e pessoal. “Ao meu olhar, o desafio que a gente tem hoje para garantir ações de não violências é incentivar a construção de um discurso não violento entre os transformadores. É preciso cuidar da saúde mental dos professores. A gente quer que as pessoas se entendam e que o diferente seja considerado nos grupos dos demais”.
Maria de Fátima Valdevino, mãe de um estudante da rede pública, disse que teve a oportunidade de acompanhar toda a carreira estudantil do filho e destacou que a presença de psicólogos nas unidades educacionais é essencial. “Dentro das escolas faz-se necessária o acompanhamento de jovens e crianças que precisam de tratamento. Acredito que as políticas públicas vigentes têm que abrir o leque para contratar esses profissionais. A naturalização da violência está em todos os lugares, seja nas brincadeiras ou até em uma música. É necessário um olhar carinhoso aos jovens para cada um deles tenha o seu lugar nesse processo social e de vida”.
Em 02.10.19 às 12h37.