Reunião pública debate incidência do câncer de mama no Recife

Dentro das comemorações da Campanha Outubro Rosa a Câmara Municipal do Recife realizou reunião pública na manhã desta quarta-feira, 16, com a finalidade de discutir e colher subsídios em relação às políticas públicas na prevenção e no combate ao câncer de mama. O Recife, segundo os especialistas que participaram dos debates, é uma das capitais onde a incidência está acima da média nacional. “Minha finalidade é conscientizar as mulheres recifenses, alertando-as para a importância da prevenção no combate da doença. Também tem o objetivo de realizar atividades internas com os nossos servidores, habilitando-os para serem propagadores dessa tão importante iniciativa. Todo mundo pode ser agente multiplicador contra esse câncer que mata milhares de mulheres todos os anos”, afirmou a vereadora Michele Collins, PP, que organizou a reunião e é também autora de projeto de resolução que inclui a Casa de José Mariano na campanha mundial.

Através do projeto de resolução, a Câmara Municipal do Recife está recebendo uma iluminação especial para marcar o movimento Outubro Rosa, a exemplo do que ocorre em várias cidades do mundo, que iluminam seus principais monumentos. Outra atividade realizada nesta quarta-feira foi a instalação de um caminhão da Secretaria de Saúde da Prefeitura do Recife, na frente do prédio da Câmara, “o amigo do peito”, dotado de equipamentos, para realização gratuita de mamografia. “Nós somos a primeira Câmara Municipal, em Pernambuco, a ser iluminada e a se engajar na campanha. Outras casas legislativas já aderiram à campanha, em outros Estados, e é importante fazermos parte desta iniciativa”, disse a vereadora. Ela registrou durante a reunião que a campanha Outubro Rosa teve início nos Estados Unidos e que a ação começou a ganhar força no final da década de 1990.

O interventor do Hospital de Câncer de Pernambuco, oncologista Iran Costa Júnior, um dos participantes da reunião pública, parabenizou a Câmara Municipal do Recife pela iniciativa. “O câncer precisa entrar na pauta de discussões políticas de todas as instituições. A prevenção, que é primordial, faz parte da atenção básica de saúde e precisa ser realizada pelas prefeituras municipais. É fundamental que a câmara esteja levantando essa bandeira”, defendeu. Segundo ele, o tratamento depende fundamentalmente da prevenção. “A mamografia anual faz diferença no tratamento. Um tumor com até 2 centímetros não exige mastectomia e é possível se fazer o tratamento sem quimioterapia. Não é a mesma coisa de um tumor com 4.5 centímetros, por exemplo”, disse o oncologista. Compareceram à reunião as vereadoras Aimée Carvalho (PSB), membro da Comissão de Saúde da Cãmara do Recife; e Priscila Krause  (DEM).

A diretora geral da Secretaria de Saúde da Prefeitura do Recife, Eliane Germano, que representou o secretário Jaílson Correia na reunião, reforçou a importância de se realizar debates políticos sobre a questão do cãncer de mama. “Abrir o debate é fundamental para a prevenção. A nossa política municipal de saúde prevê o atendimento de todas as mulheres, conforme preconiza o Ministério da Saúde. Nas nossas unidades são realizados os atendimentos com mamografia e se identificarmos a necessidade de acompanhamento, indicamos os hospitais referenciados”, observou. Ela também pediu apoio aos homens para incentivar as mulheres para a realização do autoexame.

 

A técnica da Coordenação de Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde do Recife, Isabela Coutinho Neiva Coelho, apresentou slides durante a reunião que mostram a extensão do câncer de mama no Recife. Ela reforçou a tese dita anteriormente pelos outros participantes de que é importante para o tratamento que a lesão seja detectado em estágio precoce. Segundo ela, o diagnóstico na fase inicial vem reduzindo a mortalidade. Isabela Coutinho também apresentou números. “Entre as mulheres, 23% dos tipos de cânceres são de mama. A incidência no Recife é muito alta, chegando a 80 casos a cada 100 mil. No Brasil, essa média é de 49 para cada 100 mil.  Todos os anos, registramos na cidade cerca de 680 novos casos”, lamentou. No ano passado, houve 149 óbitos no Recife em decorrência da doença, com maior incidência entre as mulheres de 50 a 60 anos. É um número menor que o de 2006, quando foram 266 óbitos. “Mas ainda é uma média muito alta”, alertou.




Em 16.10.2013, às 13h29.