Reunião pública discute acessibilidade atitudinal

Uma acessibilidade que vai além das rampas, dos intérpretes de Libras, da escrita em Braille. A luta pela acessibilidade atitudinal busca ultrapassar uma barreira que não é física e nem de comunicação: a barreira dos preconceitos e dos comportamentos em relação às pessoas com deficiência. Para discutir o assunto, a Câmara do Recife sediou no plenarinho uma reunião pública nesta quinta-feira (23). A iniciativa do debate partiu do vereador Ivan Moraes (PSOL).

O parlamentar repercutiu a passagem da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, que se iniciou no dia 21 e segue até 28 de agosto. Segundo dados do IGBE, 23,9% da população brasileira declarou, em 2010, viver com alguma deficiência. “Estamos na Semana da Pessoa com Deficiência. Essas pessoas enfrentam uma série de obstáculos para conviver na nossa cidade e no nosso País. Embora haja uma lei brasileira de inclusão, é público e notório que quem tem alguma diferença em seu corpo tem dificuldade de acessar os serviços da cidade.”

Segundo Ivan Moraes, é preciso uma mudança atitudinal para que os serviços do Recife se tornem mais acessíveis. “Os obstáculos nem sempre são físicos ou comunicacionais. Muitas vezes, eles estão nas próprias pessoas que têm a tarefa de atender a pessoas em órgãos públicos, escolas, hospitais e postos de saúde. A ideia hoje é conhecer a realidade das pessoas para superar essas barreiras em toda a cidade.”

A mesa do evento, composta após uma apresentação de dança inclusiva, contou com a presença de ativistas e especialistas no tema. Participaram o servidor da Câmara Michel Platini, o membro do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência Thiago Saúde, a jurista Mirela Correia, a mãe militante Juliana Penha, além da diretora da Associação Pernambucana de Cegos (APEC), Leylane Coutinho.

Na reunião, Coutinho também destacou a comemoração da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência. “As pessoas com deficiência existem independentemente do tempo, mas nesta semana tentamos trazer à tona assuntos importantes para a sociedade. A partir do momento em que disseminamos a importância da acessibilidade atitudinal, vamos conseguir uma maior participação na sociedade”, disse. De acordo com a diretora da APEC, a Câmara do Recife tem muito a contribuir para a causa – mas deve levar em conta a participação das pessoas com deficiência. “Projetos são importantes, mas principalmente quando pensados e dialogados junto com o movimento de pessoas com deficiência. Nada sobre nós sem nós.”

Em 23.08.2018, às 20h04