Reunião Pública discute possível armamento da Guarda Municipal

Estavam presentes na mesa de debate Murilo Cavalcanti, Secretário de Segurança Urbana do Recife; Alexandre Fook, presidente da Associação dos Guardas Municipais, Inspetores e Subinspetores do Recife; Marcílio Domingos, Comandante da Guarda Civil Municipal do Recife; Manoel dos Anjos presidente do Sindicato dos Guardas Municipais, Subinspetores e Agentes de Trânsito do Recife e Ernani Leitão, representando a Guarda Municipal.

Marcílio Domingos defende o armamento da corporação e destacou que a capacitação é essencial para todos. “Estou na Guarda há 25 anos e defendo a arma dentro dos critérios da lei, tudo o que rege a Polícia Federal, a lei 10.826 e o decreto 5123. A responsabilidade tem que ser triplicada quando você porta arma de fogo. Conversando com um delegado federal, ele ponderou alguns esclarecimentos e eu disse que o problema era a capacitação. Se você capacita, a responsabilidade é mostrada e o policial responderá pelo mau uso da arma. Sei que o anseio é muito grande dentro da corporação, mas estudos deverão ser realizados sem ansiedade. O agente de segurança tem que pensar duas vezes antes de atirar. A questão emocional é muito importante e quando você perde esse ponto de equilíbrio, a arma de fogo será a primeira busca. O uso requer muita responsabilidade, inclusive um manual de procedimentos já está sendo construído e deverá ser distribuído futuramente”, disse.

Ernani Leitão elogiou a realização do evento em debater com a gestão e lembrou que a Corregedoria e a Ouvidoria são essenciais para a Guarda Municipal. “Quando pensamos em abrir esse debate queríamos trazer a gestão para discutir e pensar o porquê do guarda deveria trabalhar armado. Trabalhamos na segurança pública e a arma vem para proteger. Temos a Ouvidoria e Corregedoria que farão seus papéis caso venha acontecer algo. A gestão veio para melhorar e o armamento será uma grande conquista para todos”, disse.

Manoel dos Anjos acredita no uso adequado da arma de fogo e defendeu a elaboração de um manual de procedimentos. “Acredito que já chegamos a um consenso de que é preciso disciplinar o uso da arma de fogo. Vamos construir essa ideia e esse é o momento. O que nós precisamos é de um manual de procedimentos para que não venham ocorrer problemas. Esse manual deixará todos saberem comportar-se e como lidar com as crises. Seria um guia operacional e, desde o novato até o comandante, deverão obedecê-lo. A instalação de um gabinete psicológico deverá também ser institucionalizado, com concurso público. Seria uma grande iniciativa para ajudar a Guarda”, disse. Já Alexandre Fook ressaltou que a Associação dos Guardas Municipais, Inspetores e Subinspetores do Recife defende o armamento, mas ponderou que o uso deveria passar, anteriormente, por uma preparação. “Desde o ano de 2010 não fazemos o uso de arma e para entregá-la a um policial tem que haver uma preparação psicológica”, disse.

O secretário Murilo Cavalcanti ressaltou a iniciativa do vereador Almir Fernando e sugeriu as criações de um calendário de atividades e de uma comissão com representantes para realizar visitas em 4 capitais, com o objetivo de conhecer os trabalhos desenvolvidos pelas Guardas Municipais. “Parabenizo a iniciativa do vereador Almir Fernando (PCdoB) ao discutirmos um tema tão importante. Almir Fernando lidera o assunto com maturidade e tem a sua posição pessoal e a faz com respeito. Se o caminho for armá-los, que assim seja. Acho até que o Brasil deveria ter um financiamento específico para a segurança pública. Deixo aqui uma proposta para eleger uma comissão com 2 representantes para  visitar 4 capitais brasileiras.  Duas que trabalham com a Guarda armada e 2 sem. Além disso, faríamos um cronograma de atividades e o apresentaríamos para apreciação do prefeito Geraldo Júlio até outubro. É dessa forma clara que nós vamos tomar uma decisão final”, disse.

O vereador Almir Fernando (PCdoB) agradeceu o comparecimento de todos e destacou a importância da prefeitura em aceitar possíveis sugestões. “Espero que a prefeitura possa acatar algumas das nossas sugestões. Não só as minhas quanto as dos representantes.  E uma ideia que defendo é a criação de uma Academia da Guarda Municipal que poderá ser um caminho para consolidar e elaborar políticas de segurança municipais”, disse.

Em 08.05.14 às 17h27.