Reunião Pública presta homenagem ao povo palestino e em memória aos 70 anos da Nakba
A realização da reunião pública, de acordo com o vereador Ivan Moraes, se justifica não somente pela representativa comunidade palestina (com mais de cinco mil membros) no Recife, “mas, sobretudo, porque a causa palestina simboliza atualmente a luta em defesa dos direitos humanos e a dignidade da pessoa humana em todo o mundo. Debater é uma das formas possíveis para que essa situação, que perdura por tantos anos, não pareça natural".
Angélica Reis, representante da Aliança Palestina do Recife, enalteceu o papel e as atividades executadas na instituição localizada na capital pernambucana. “A Aliança Palestina do Recife promove ajuda humanitária ao povo palestino. São pessoas que sonham a independência da Palestina e lutam por uma paz justa. Desde então, a Aliança Recife, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, promove encontros, organiza eventos e arrecada recursos que são enviados às famílias dos refugiados”.
A representante da Aliança Palestina do Recife também lembrou sobre o momento político atual e citou o movimento Boicote, Desinvestimento, Sanções (BDS). “É um movimento que trabalha para acabar com o apoio internacional para a opressão dos palestinos de Israel e pressionar Israel a respeitar o direito internacional. Infelizmente vivemos aqui no Brasil um momento político marcado por conservadorismo. O presidente eleito demonstra subserviência ao presidente dos Estados Unidos, adotando a mesma linha de pensamento de Donald Trump. Deixo aqui uma reflexão para todos e todas: O que temos feito para construir uma sociedade mais fraterna?”.
Ualid Rabah, diretor de Relações Institucionais da Federação Árabe Palestina do Brasil, trouxe dados e reflexões ao evento. “Dois terços da população palestina foram expulsos pelos estrangeiros recém-chegados. A Palestina é berço da primeira cidade do mundo, Jericó. Diziam que não havia povo. Mentira. A densidade demográfica era maior do que a chinesa De 1947 a 1949 tornaram a Palestina sem povo e um dado alarmante: a cada 46 refugiados no mundo, 45 são palestinos para cada grupo de etnia diferente”. O diretor recordou que se deve alertar a humanidade e “não esquecer tragédia que se abate ao povo da Palestina. A implementação da resolução 194 da Organização das Nações Unidas (ONU) tinha como objetivo pôr fim à Guerra Árabe-Israelense de 1948 e resolver o problema dos refugiados na Palestina. Só assim trará paz para todos os povos das regiões. Palestina Livre”.
A pastora Elivete Ribeiro, do Coletivo Vozes Marias, explicou o funcionamento da instituição e ressaltou o valor da reunião pública. O Coletivo começou sua caminhada em 2014, vinculado à Rede Fale, pautado na formação, intervenção e produção de conhecimento no campo da justiça de gênero e dos direitos humanos das mulheres. Atualmente, o grupo presta assessoria e consultoria às igrejas e organizações diversas na temática de gênero e desenvolve ações e projetos de cunho educativo e político.
“Vozes Marias faz escuta de mulheres que vivem sob opressão e geralmente são vítimas de diversos tipos de violência. E hoje, estou aqui na Câmara Municipal do Recife para prestar homenagem a esse grupo que tem sofrido tanto”. Elivete Ribeiro finalizou suas palavras enfatizando a importância da paz entre os povos. “Jesus era um refugiado e a justiça e a paz devem se abraçar. Não há paz se o povo de Israel não for justo e não socorrer o povo palestino”, disse Elivete Ribeiro.
Também esteve presente no evento o vereador Jayme Asfora (sem partido). Após as falas da mesa e do público, algumas propostas foram encaminhadas como o de instituir um dia municipal em solidariedade ao povo palestino; trabalhar o setor do turismo no Recife com ações beneficiando o povo palestino, além da criação de um nome de rua em homenagem à comunidade. "Que a resistência do povo oprimido vença", disse o vereador Ivan Moraes.
Em 18.12.2018 às 21h01.