Reunião solene celebra o Dia do Trabalhador

Ao falar da história por trás do 1º de maio, o vereador lembrou a grave de trabalhadores que aconteceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886. “Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos. Eles foram perseguidos e até assassinados. As manifestações e os protestos ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket”. Luiz Eustáquio lembrou ainda que no Brasil, a data foi consolidada em 1924 no governo de Artur Bernardes. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefícios ao trabalhador passaram a ser anunciadas nessa data.

O vereador aproveitou a solenidade para criticar o projeto de lei da terceirização, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados. Segundo o parlamentar, a proposta, que ainda será votada no Senado Federal, retira direitos dos trabalhadores. “Alguns setores de representações de trabalhadores ligados à terceirização podem achar que esse projeto vai melhorar a situação da categoria. O que não é verdade. Como disse o ex-presidente Lula, isso é um retrocesso para antes do governo Vargas, estamos voltando a 1930, tentando estabelecer uma relação de trabalho que tem um só ganhador, o patrão, e milhões de perdedores, que são os trabalhadores”.

Presidente da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco, Carlos Veras disse que o momento é de luta e de reivindicação. Ele defendeu o fortalecimento dos sindicatos e o direito de greve dos trabalhadores, ao citar os professores do Paraná e de Pernambuco, que estão paralisados. “É lamentável ver, muitas décadas depois de enfrentarmos a ditadura, trabalhadores nas ruas reivindicando direitos ainda serem agredidos”. Ele também criticou o PL da terceirização e disse que “a proposta transforma o serviço púbico em curral eleitoral”. Opinião compartilhada pelo presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Pernambuco, José Rodrigues. “Esse projeto prejudica os trabalhadores e nós sindicalistas não podemos aceitar”.

Em nome do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social de Pernambuco (Sindisprev/PE), Irineu Messias também lamentou o PL da terceirização e disse que a proposta é um retrocesso. “Esse projeto está trazendo de volta a destruição dos direitos dos trabalhadores brasileiros, e não apenas dos trabalhadores simples, mas também dos da classe média, que infelizmente ainda não acordaram. Veremos a destruição e a falta de liberdade no serviço público e será um atraso e um retrocesso para a sociedade brasileira”.

O presidente da Comissão de Direito do Trabalho da OAB de Pernambuco, Marcondes Martins de Oliveira, disse que a hora é de pressionar os senadores pela rejeição do projeto. “Ainda não temos a dimensão do mal que ele vai produzir. Só existe uma lógica na terceirização, que é a de contratar mão de obra barata. É um momento estratégico para convencer e os três senadores de Pernambuco precisam ser visitados, para mostrarmos que a aprovação fará mal não apenas ao trabalhador, mas à sociedade brasileira”.

Representando o Sindicato dos Urbanistas de Pernambuco (Sindurb/PE), José Gomes Barbosa também se mostrou contrário ao PL da terceirização e destacou lutas e conquistas da categoria. “Participamos do processo de redemocratização do País, contra a privatização da Chesf e da Celpe, entre outras iniciativas”. Já o representante da União Geral dos Trabalhadores de Pernambuco (UGT/PE), Maurício Luna criticou a medida provisória que trata do fator previdenciário. “Ela traz prejuízos em qualquer segmento. A UGT e demais entidades sindicais formularam um documento ao Ministério da Fazenda com alguns pontos”.

Diretora de Imprensa da Câmara do Recife, a jornalista Éden Pereira foi homenageada em nome de todos os servidores da Casa de José Mariano. Ao agradecer, ela falou da importância do legislativo municipal. “O vereador é o político mais próximo do povo e através de debates, audiências, reuniões e projetos ele contribui para melhorar a vida da população recifense”. Éden Pereira dedicou a homenagem ao sindicalista e tecelão João Francisco, perseguido e torturado durante a ditadura militar por reivindicar direitos dos trabalhadores, e à avó dela, Maria de Lourdes, analfabeta e responsável pela criação de sete filhos. “Essas duas pessoas tinham uma capacidade de acreditar na vida e não desistir apesar das adversidades”.

Durante a solenidade, que foi presidida pelo vereador Almir Fernando (PC do B), teve ainda apresentação teatral do grupo TV Sindical com o esquete “Trabalhadores Brasileiros”.

Em 30.04.2015, às 13h42