Rogerio de Lucca contesta vinda de médicos cubanos

O médico e vereador Rogério de Lucca (PSL) contestou na tarde desta terça-feira, 27, na Câmara do Recife, o programa Mais Médicos do governo federal, que trouxe médicos cubanos para atuar no país. Ele mostrou diversos jornais e colunistas questionando a legalidade da medida, especialmente a dispensa do Revalida, exame que atesta a competência profissional dessas pessoas. “Esses médicos são espionados por colegas e são regidos pelas leis cubanas em flagrante desrespeito às nossas leis trabalhistas”.

Rogério de Lucca disse que quatro mil médicos ganhando R$ 10 mil por mês consumirão cerca de R$ 4 milhões, com previsão de gastos totais de US$ 17 milhões. “Dinheiro que dava para construir muitos hospitais. Os médicos poderão cometer atos de imperícia e colocar a vida dos pacientes em risco. Quando vamos para fora temos de nos submeter às leis do país e fazer provas para entrar, inclusive na língua nativa. É uma concorrência desleal”.

Henrique Leite (PT) discorda do colega argumentando que o país de ponta a ponta quer os médicos cubanos. “Temos deficiência de médicos e muitos têm 4 a 5 empregos na cidade e os nossos não querem ir para o interior”.  André Régis (PSDB) ressaltou que encontrava bons argumentos dos dois lados. Concorda que faltam médicos no país porque não se investiu em escolas privadas. Segundo ele, a política do PT impediu a iniciativa privada de atuar nessa área. “Faltam médicos e faltam escolas. É inadimissível que o Brasil envie dinheiro para um país ditatorial. A  lei cubana não se aplica aqui. É inconstitucional”.

Priscila Krause (DEM) acredita que as consequências desse programa federal serão sentidas nos municípios. Ela asseverou que ninguém é contra a oferta de médicos para a população, mas não se pode usar a falta de profissionais para justificar ilegalidades, sejam eles de qualquer nacionalidade. “Todos têm que fazer o Revalida e se submeter às leis brasileiras, sem maniqueismos de bem e mal, que está colocando o médico brasileiro contra a população carente que vai ser atendida por cubanos. É o cidadão carente que vai ser tratado por profissionais que talvez não sejam adequadamente qualificados”.

Carlos Gueiros (PTB) frisou que o governador teve razão quando disse que a presidente precisava fazer mais, no entanto, o problema é que ela passou a fazer de qualquer jeito. Ele disse que está havendo a cubanização do país. “Brasileiros que fazem medicina fora do Brasil quando voltam são obrigados a validar seus diplomas e os cubanos não querem fazer isso. Eles só estão vindo porque vão atender os pobres”. Marco Aurélio (PTC) acha que as pessoas que estão nos hospitais e postos sem atendimento não querem saber dessa discussão, querem ser atendidas e se não há médicos para atender tem de trazer de fora.

Antonio Luiz Neto (PTB) acha que é preciso abservar a origem da crise que para ele está no Sistema Único de Saúde, que deveria ter universalizado o atendimento e na prática não aconteceu. Ele disse que o SUS deveria ter municipalizado a saúde, no entanto, a administração do dinheiro é centralizada no governo central. “Médicos brasileiros jamais poderão trabalhar lá fora sem obedecer às leis locais e os que estão vindo não querem ser avaliados. É preciso ter respeito pelos brasileiros”. Eriberto Rafael (PTC) argumentou que se o médico cubano tem de fato conhecimento da profissão não tem o que temer, basta fazer o Revalida e acabar com toda a polêmica.

 

Em 26.08.2013 às 18h40.