Samuel Salazar debate endometriose em audiência pública
Para o vereador Samuel Salazar é importante “educar tanto as pacientes quanto os profissionais de saúde sobre os sintomas e os métodos de diagnóstico da endometriose. Se todos estiverem atentos aos sinais dados pela doença, é possível descobri-la muito mais rapidamente, tornando o tratamento muito mais efetivo”. Ele lembrou, ainda, que muitas mulheres, apesar de não apresentarem dores e cólicas, têm dificuldade para engravidar por conta do crescimento anormal do endométrio. “Além da falta de conhecimento sobre a doença por parte das mulheres, a carência de centros de atendimentos especializados dificulta ainda mais a busca por diagnóstico preciso e tratamento eficaz”, acrescentou.
Samuel Salazar afirmou ainda que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endometriose, uma pesquisa realizada com 956 médicos, em dez estados brasileiros, revelou que, embora a maioria dos profissionais conheça os principais sintomas (78%) e saiba como identificar a endometriose (82%), 67% dos médicos acreditam que os centros disponíveis para o tratamento da doença não são capazes de atender à demanda brasileira e 93% gostariam que houvesse mais centros de tratamento. “Essa audiência pública é sobretudo uma oportunidade para conhecermos mais a fundo essa doença da mulher. Sentimos a necessidade de promover o debate, pois fomos sensibilizados com a causa após conversas com mulheres que convivem com o problema. Destaco que mesmo não sendo protagonista da luta e do movimento, sensibilizamo-nos e ficamos parceiros do tema. Porque não podemos promover o silenciamento da voz de minorias sociais por grupos privilegiados em espaços de debate público. Quando os olhos não veem o que as mulheres sentem, precisamos discutir o tema para fortalecer mais ainda a causa”, afirmou.
A expectativa do vereador é que a audiência pública contribua para se pensar “em políticas públicas que promovam a conscientização da doença e também leis que garantam os direitos das portadoras e o tratamento gratuito, digno e humano pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma das participantes da audiência pública foi a jornalista, autora do blog A Endometriose e Eu, Caroline Salazar, goiana radicada em São Paulo. Ela é a principal ativista do país na causa e é capitã brasileira da Million Women March for Endometriosis Brazil, a marcha mundial pela conscientização da endometriose, a endomarcha. Ela fez uma palestra e disse que “é importante conscientizar as mulheres sobre a doença, porque atinge muitas, não só na fase reprodutiva. O Governo não dá a devida atenção ao problema da endometriose. Somos um país machista e essa é uma doença da mulher”, considerou.
A coordenadora da Política de Saúde da Mulher, da Secretaria de Saúde do Recife, Mariana Seabra, disse que “está previsto, no Ministério da Saúde, que a Atenção Básica acolha as mulheres com endometriose. Exige-se que se faça um diagnóstico e que as mulheres sejam tratadas dentro das possiblidades de oferta. Esse atendimento já está na nossa conduta da Saúde da Família. As mulheres que não respondem ao tratamento pela Atenção Básica, dispõem de laboratórios de ginecologia tanto no Hospital da Mulher quanto nas policlínicas municipais do Recife”, disse.
Em 09.05.2019, às 12h30.