Secretário apresenta diretrizes do Plano de Mobilidade à Comissão
O secretário de Planejamento Urbano discorreu sobre a estrutura geral do Plano, elaborado por exigência de lei federal. Sem ele, os municípios não poderão pleitear recursos federais para utilização em obras estruturais de mobilidade. A lei federal estabelecia prazo de entrega em 2015, mas foi adiada para abril de 2018, e agora foi concedido novo prazo para abril de 2019. O secretário explicou que as discussões já estão sendo realizadas há algum tempo, e passam pelo Conselho da Cidade, sendo tratadas especificamente na Câmara de Acessibilidade.
Antônio Alexandre ressaltou que todas as informações sobre o Plano de Mobilidade, incluindo discussões, são colocadas no portal (planodemobilidade.recife.pe.gov.br), para dar transparência e visibilidade ao que está sendo construído. “Há intensa participação social e pesquisas pela internet em grande escala – ouvindo 84.220 pessoas na amostra – que já está sendo copiada por outros municípios”. Além disso, são realizadas reuniões públicas e setoriais com alguns segmentos como ciclistas, pedestres. Também foram realizadas oficinas participativas com 900 pessoas, envolvendo diversos públicos.
De acordo com Sideney Schreiner, diretor executivo de Planejamento da Mobilidade, do Instituto Pelópidas Silverira, o Plano do Recife contempla blocos principais de desenvolvimento. São eles o de política urbana, com as metas e indicadores; o de políticas setoriais, cujas discussões estão sendo feitas agora com ciclistas, transporte de carga, pedestres, devendo gerar o conteúdo do projeto de lei do Executivo, para ser discutido pela Câmara do Recife.
O diretor do Instituto Pelópidas Silveira explicou que a pesquisa OD (origem/destino) propôs inovações e ouviu mais 84 mil pessoas. Nesta pesquisa origem/destino, o Instituto considerou 249 zonas de tráfego e pode determinar que 47,27% dos deslocamentos são para trabalho e 51,97 para educação. Utilizam ônibus 28% para trabalho e 22% para educação. Utilizam carro 16% para trabalho e 18% para educação. “As diretrizes básicas contempladas no Plano de Mobilidade são segurança, qualidade do transporte, sustentabilidade, modernização e resiliência ao transporte público”.
Sideney Schreiner informou que a segunda pesquisa origem/destino (OD) vai englobar a Região Metropolitana, e será realizada em conjunto com o Consórcio Grande Recife. Segundo ele, a ideia é implementar campanhas educativas para desestimular o uso do veículo individual, bem como elaborar o manual de calçadas. Parte destas calçadas serão transferidas para o poder público, cerca de 15% de malha viária por onde trafegam 70% das pessoas em determinadas áreas da cidade.
Ele disse que ao assumir estas calçadas, o poder público dá exemplo e servirá de base para o restante do município. Outro ponto a ser discutido é a mobilidade nos morros, aonde vivem cerca de 40% da população. “O eixo da mobilidade é o transporte público e todos os outros modais devem se adequar a ele. A ideia é criar qualidade, priorizar faixas exclusivas, colocar veículos novos e fornecer informações ao usuário”.
Em 03.04.2018 às 19h06.