Situação da OSR é debatida em audiência pública
Ele também citou que a OSR está defasada em termos de
instrumentos básicos e que muitos deles são de propriedade dos próprios
músicos, que emprestam seus equipamentos quando participam de concertos. “Fico
feliz que esta audiência esteja acontecendo após a nomeação de um novo maestro
para a OSR. Esse era um dos problemas e, já que ele está resolvido, teremos mais
tempo para discutir o futuro da orquestra sinfônica. A chegada de Marlos Nobre
coincide com o momento em que se faz necessário mudar o astral do grupo, que
precisa sair da escuridão e voltar a atuar no cenário nacional”, disse André
Régis. Estiveram presentes na audiência pública os vereadores Eurico Freire
(PV) e Wanderson Florêncio (PSDB).
Compuseram a mesa dos debates a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves; o
maestro Marlos Nobre; o maestro da Orquestra Virtuosi, Rafael Garcia; o diretor
do Conservatório Pernambucano de Música, Sidor Hullak; a coordenadora da
Orquestra Virtuosi, Ana Lúcia Altino Garcia; a diretora do Teatro de Santa
Isabel, Rita Marize; e os músicos representantes da OSR, Thales Silveira e Elyr
Alves. Tramita na Câmara Municipal do Recife o projeto de lei 07/2013, de
autoria do vereador Rogério de Lucca (PSL), que institui o Plano de Cargos,
Carreiras e Salários da categoria especial Músicos da OSR. A matéria aguarda
pareceres das comissões de Legislação e Justiça e de Finanças e Orçamento.
André Régis fez questão de ressaltar que, apesar de ser de oposição, a audiência
pública tinha caráter suprapartidário. “Vamos tratar do tema de forma que a OSR
ganhe em qualidade e seja usada em favor da sociedade recifense”, disse. A
secretária Leda Alves afirmou que mais importante do que nomear um novo maestro
para a regência e administração da orquestra, será a análise da sua situação. “Esse
exame detalhado, que será feito por Marlos Nobre, é que vai mostrar a nova
estrada a percorrer”, disse. Ela não poupou elogios ao maestro. “É uma pessoa
que tem competência e maturidade. Na área de criação precisamos de alguém com
experiência, talento, responsabilidade e amor”, disse. Ela convocou os músicos da orquestra a “levantar
a cabeça, sem olhar para trás” e disse que sua presença na audiência
pública confirmava o seu apoio
incondicional à orquestra, que também “conta com o prefeito Geraldo Júlio”.
O maestro Rafael Garcia parabenizou a Câmara Municipal pela
realização da audiência pública. “Espero que não seja a única, pois uma
orquestra sinfônica tem a força de mobilizar a sociedade. Espero que a OSR
retome seu equilíbrio e suas atividades”, afirmou. E desejou a Marlos Nobre
muita força, para “realizar o seu sonho”. Ele, porém, disse que os principais
problemas da OSR estão ligados aos baixos salários, pois os músicos ganham em
torno de R 1 mil, enquanto os da orquestra sinfônica de Sergipe ganham R$ 2 mil
160; e o de Goiás, R$ 2 mil e 400. Marlos Nobre disse que está chegando “para que
a orquestra volte a ser um marco no cenário brasileiro” e que nesta
sexta-feira, às 11h30, terá a primeira reunião com os músicos. “Pretendo ouvir
e fazer uma radiografia da OSR. Meu desejo é fazer a reestruturação com vocês.
Serei um líder amável e exigente. A princípio, vou precisar de uma cópia do
plano de cargos e salários, para analisá-lo em conjunto com a secretária Leda
Alves. Nesse processo, será importante que haja um clima de muita confiança e
transparência”, disse.
Marlos Nobre disse que vai estudar a OSR dentro da estrutura administrativa da Prefeitura do Recife e a partir de então, identificará as “possibilidades de crescimento”. Para que a orquestra sobreviva, disse, ela precisará de “estabilidade financeira para que ninguém precise mais de empreguinhos”. Os músicos presentes disseram que esperam que a OSR não seja transformada em organismo privado, como organização social, a exemplo do que ocorreu com a orquestra sinfônica de São Paulo. Em seguida, Marlos Nobre adiantou um dos seus projetos, que é a implantação de programas de séries especiais com grandes solistas para curtas temporadas no Recife. Outro projeto seria, no mesmo modelo, com grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB). “Esses projetos contariam com apoio de empresas privadas, melhorariam a renda e dariam brilho à orquestra”, afirmou.
Em 20.06.2013 às 12h03.