Solene ressalta desafios enfrentados pelas mulheres

Comemorar o Dia Internacional da Mulher é muito mais do que fazer festa. E homenagens. É, sobretudo, um dia para se refletir sobre a condição da mulher nos dias de hoje quando, ainda, as diferenças entre homens e mulheres são imensas. Sem contar com a violência diária a que são submetidas. Pelo menos é o que pensa a vereadora Ana Lúcia (PRB), que promoveu a reunião solene realizada na Câmara do Recife, neste 8 de março, e que contemplou 50 mulheres de diversos segmentos com um diploma.

A vereadora reflete que foram necessários 40 anos para colocar o homem na lua, mas ainda faltam 170 para se colocar uma mulher na cúpula de diversos locais do planeta. É isso o que diz o Relatório Global de Desigualdade de Gênero do Fórum Econômico Mundial. “A vida é sim mais difícil para as mulheres. Basta lembrar das mães solteiras, das que se sacrificam para estudar, das que encontram dificuldades no mercado de trabalho mesmo tendo a mesma formação que homens, das que ganham menos ocupando o mesmo cargo, do padrão de beleza imposto a todas”.

Mas elas seguiram em frente e alcançaram suas metas, embora a luta delas, diz a vereadora, seja anônima e desgastante. “Nossa intenção é prestar uma homenagem a cada uma das presentes, que com certeza têm histórias inspiradoras para contar. É essa valentia diária, essa bravura discreta que queremos celebrar hoje”. Ana Lucia ressaltou que na Câmara apenas seis mulheres são parlamentares em um universo de 39 vereadores.

Cida Pedrosa, Secretária Municipal da Mulher, frisou que é muito pouco o número de mulheres a ocupar uma cadeira nesta Casa. Segundo ela, os espaços públicos precisam ser ocupados. Ressaltou que o Dia da Mulher seria só uma celebração se todos os direitos delas estivessem garantidos. “O Executivo enviou a esta Casa projeto de lei criando 70 cargos na Secretaria Municipal da Mulher. Isso significa garantir a permanência dessa Secretaria”.  O deputado estadual Osséssio Silva saudou as mulheres e os homens que estavam presentes, ressaltando que o movimento das mulheres busca por mais espaço e igualdade. “Sinto-me privilegiado em participar dessa solene ao lado de mulheres lutadoras”.

A jornalista Bianca Carvalho, uma das homenageadas, falou das conquistas que as mulheres ainda têm a fazer. “Sei que a gente ainda ganha menos do que os homens, sei que nos matam porque somos mulheres, nunca vi um homem ser morto porque era homem. Mas a gente só quer igualdade de condição, a gente só quer falar”. A também jornalista Daniele Monteiro disse que era um privilégio estar entre mulheres tão especiais. “Creio que a história de cada uma de nós é de luta. Os números da violência estão aí”.

A vereadora Aline Mariano (PMDB), antes de encerrar a solene, disse que não poderia de falar nos números da violência contra a mulher. Destacou que a cada 7,2 segundos uma mulher é vítima de violência. E duas de cada três universitárias sofrem algum tipo de violência. Em Pernambuco, cerca de 90 mulheres sofrem violência doméstica por dia. “Temos avanços como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio. Agora matar mulheres é crime hediondo. Estamos unidas aqui nesta Casa para trabalhar pelas mulheres”.

 

Em 08.03.2018 às 21h02.