Som das ruas recebe homenagem na Câmara
Som peculiar da década de 70, típico dos afro-americanos novaiorquinos, absorvido por latinos, se espalhou pelo mundo ganhando cada vez mais adeptos, incluindo brasileiros recifenses. Inúmeros MCs, mestres de cerimônia em tradução livre, representantes de associações, grafiteiros, jornalistas, escritores, movimentos de danças, artes educadores, intelectuais engajados nesse movimento que só cresce, estavam presentes com todas as suas alegrias e cantos.
Natália de Menudo, uma das mais jovens vereadoras a ocupar uma vaga na Casa José Mariano, reafirmou a vocação de Pernambuco, um solo sempre rico para a cultura e que segundo ela, também abriga vigoroso movimento Hip Hop desde meados dos anos 80. “Espalhados primeiro nos subúrbios do Grande Recife, se espalharam pelo Estado. Foi dele que vieram bandas como Faces do Subúrbio e Sistema X, vozes de nossa juventude”.
A vereadora lembrou que também foi o Hip Hop uma das inspirações do Mangue Beat, inspirando o eterno Chico Science, que mais tarde combina suas batidas com os toques do Maracatu, Coco e outros ritmos. “O impacto do movimento Hip Hop não se deteve apenas à música, conquistou as artes plásticas, influenciando gerações e talentos como Galo ou Derlon, que usaram grafite para denunciar as duras condições de vida de nossas periferias. Também na dança, muitas companhias corporais foram buscar inspiração nesse movimento, além dos grupos de Break Dance”. Melhor ainda. Essa cadeia gera empregos de centenas de pessoas e transforma vidas.
O presidente da Associação Metropolitana de Hip Hop, Sérgio Ricardo, ressaltou que a vereadora teve a participação da Associação para criar o projeto de lei instituindo a semana do movimento. “Reconhecer o movimento através de lei é um passo grande para a superação de preconceitos, e pode se traduzir em políticas públicas voltadas para o segmento”.
O vereador Ivan Moraes (PSOL), que presidiu a solene, aproveitou a Casa lotada de jovens do movimento para explicar o funcionamento da Câmara. Disse que a Casa faz reuniões ordinárias às segundas, terças e quartas-feiras, sempre às 15 horas, onde apenas vereadores podem usar a tribuna e o microfone. Já nas reuniões solenes, como esta, podem falar o presidente da reunião, o autor ou autora da proposta, e representantes ou convidados homenageados. Mas é nas audiências públicas, as preferidas do vereador, que todos podem se inscrever e falar. Encerrou a reunião convidando a todos e todas a participarem das reuniões e audiências, um espaço democrático da cidade.
Em 09.11.2017 às 17h36.