Unificação do transporte público é debatida em audiência
“Esse projeto entra em fase de discussão e a Câmara precisa de elementos para julgá-lo. A audiência busca subsídios para o projeto”, afirmou o vereador Daniel Coelho (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Transporte e Trânsito. O vereador Carlos Gueiros (PTB), que também faz parte da comissão, disse que em abril de 2007, o então prefeito João Paulo encaminhou um projeto de lei à Câmara Municipal propondo a criação de um consórcio de transporte público que tivesse uma gestão integrada. “A Comissão resolveu dar continuidade ao que se pretendia em 2007, através desse projeto que agora está em tramitação”, afirmou.
O presidente da Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU), Carlos Padilha, disse que “a Prefeitura do Recife acha que o futuro do Recife será esse. Mas o momento é inadequado, uma vez que está sendo elaborado o Plano de Mobilidade Urbana, que envolve essa discussão”. O coordenador de Programas Estratégicos da Prefeitura do Recife, arquiteto Milton Botler, que está elaborando o plano, entende que o sistema complementar existe porque os ônibus não alcançam todos os bairros do Recife e Região Metropolitana. “É prematuro discutir a unificação, pois enquanto não houver um planejamento amplo de mobilidade, essa discussão será apenas de unificação de tarifas’, disse.
O presidente do Consórcio Grande Recife, Dílson Peixoto, entende que a unificação é viável. Hoje, o sistema de transporte público do Recife tem dois controles. Os ônibus, pelo Consórcio de Transportes Metropolitano (CTM), mais conhecido como Grande Recife. Os micro-ônibus, que ficam sob o comando da Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU) . “Quando o Consórcio foi formatado, já previa a unidade desse sistema. Devia ter sido assim desde 2007, mas essa é uma decisão municipal”, acrescentou.
Somente o presidente do sindicato dos ônibus do sistema complementar, Inaldo Gerson, posicionou-se contrário ao projeto de unificação do sistema. Ele disse que os motoristas dos micro-ônibus não recebem a mesma atenção do Consórcio de Transportes Metropolitano e que também eles não estão praticando concorrência predatória.
Os micro-ônibus existem desde 2004, quando as kombis foram proibidas. Existem 255 licitadas para atender a 21 linhas, das quais sete interbairros e 14 são da rede alimentadora (liga comunidades a terminais ou paradas de ônibus). A presidente da Associação de Usuários de Ônibus, Renilda Silva, disse que independentemente de ser ônibus ou micro-ônibus o serviço prestado é muito ruim. “Os passageiros têm um péssimo atendimento de motoristas e cobradores, que estão sempre de mau humor. Os ônibus não têm degraus para idosos. O serviço é péssimo”, disse.
Em 17.12.2009, às 12h.