Vera Lopes homenageia Pedro Muniz Filho

A Câmara Municipal do Recife prestou homenagem ao professor recifense e pesquisador Pedro Muniz Filho, autor do livro “O Estado Mundial”, e que foi indicado oficialmente pela Assembleia Legislativa de Pernambuco ao Prêmio Nobel. A solenidade, na manhã desta sexta-feira, 14, ocorreu por iniciativa da vereadora Doutora Vera Lopes (PPS). “Presto esta merecida homenagem ao professor Pedro Muniz, pernambucano, casado, professor universitário, pesquisador e advogado, além de ativista político, social e ambientalista”, disse a vereadora em seu discurso de apresentação do homenageado.

A solenidade começou ás 11h, sob a presidência do vereador Henrique Leite (PT), com a execução do Hino Nacional. Fizeram parte da mesa o homenageado, a vereadora autora do requerimento, o secretário de Articulação Política de Camaragibe, Lenildo Leônidas, representando o prefeito Jorge Alexandre; e o policial federal Fernando Federal, do PPS municipal. Vera Lopes fez um breve histórico do homenageado, que é professor da faculdade de Ciências e Administração da Universidade de Pernambuco nos níveis de pós-graduação, graduação e extensão. Recebeu curso de mestrado em Administração pela FCAP e Universidad Autónoma de Madrid (Espanha), e de especialização em planejamento e projetos pelo governo de Pernambuco.

Como escritor, tem dois livros publicados, disse a vereadora Vera Lopes: “O Estado Pós-Moderno”, que é uma crítica à organização do Estado Nacional e uma abordagem das possibilidades de novas formas de estado e governo; e “O Estado Mundial”, uma abordagem crítica da organização do estado nacional e da ordem internacional. “Esta última obra é resultado de quase 40 anos de pesquisa sobre a organização política global, em que o professor consultou mais de 11 mil exemplares do Diário de Pernambuco e colecionou mais de 20 mil notícias e artigos do Brasil e do mundo, além de receber orientações do jornalista Gladstone Vieira Belo, que contribuiu pessoalmente para o desenvolvimento do seu estudo”, disse a vereadora.

Ela esclareceu que Muniz propõe, em sua pesquisa, uma discussão sobre a reorganização do Estado Nacional, da Ordem Internacional e “até dos regimes econômicos, convidando-nos a uma reflexão sobre as raízes organizacionais e reconstrução sócio-histórica do quadro que vivemos hoje: terrorismo, guerras, fome, miséria, analfabetismo, mortalidade infantil, destruição ambiental, esgotamento energético, entre outras mazelas”, disse. “O Estado Mundial” foi indicado para a Fundação Nobel e para a Organização das Nações Unidas (ONU) através de um manifesto coletivo realizado por seus alunos e ex-alunos.

“Tive o prazer de conhecer seu trabalho e reconhecer a importância desta homenagem considerando de suma relevância histórica sendo a maior pesquisa já realizada em todos os tempos, além de nos prescrever soluções e sugerir possibilidades para uma nova organização política e econômica. Ler “O Estado Mundial” nos leva a uma reflexão sobre as práticas políticas atuais e a perspectiva de uma organização social menos perversa e mais humanitária priorizando a justiça social pela qual tanto luto, por tanto, me identifico”, disse Vera Lopes. Ela acrescentou que a “a falta do investimento e apoio à pesquisa em nosso estado é algo que deve ser severamente discutido. A pesquisa deve ser compreendida por sua natureza produtiva como uma metodologia capaz de viabilizar o princípio educativo ao ser assumido como uma estratégia pedagógica contrária à assimilação de conhecimento padronizado”.

Em seu discurso, o professor Pedro Muniz agradeceu pela homenagem à vereadora Vera Lopes e pela oportunidade de ser reconhecido na Câmara Municipal do Recife. O professor também criticou o negativismo que toma conta das pessoas em momento de crise. “Estamos vivendo uma conjuntura de crise vergonhosa. Aqui e em todo o mundo. Mas, dentro dela, há obras bonitas. No meio de tantas desgraças e tragédias, há coisas positivas”, ressaltou. Ele disse que ao pesquisar para escrever os seus livros, descobriu, em meio aos problemas, ”pessoas bonitas, coisas bonitas. Em meio à corrupção, há pessoas que querem fazer as coisas corretas. Por isso, acredito que o mundo tem solução”.

Pedro Muniz Filho observou que, atualmente, as organizações políticas e econômicas, em todo o mundo, estão em crise. “Há um colapso”, disse. Como solução, não adianta, segundo ele, “retirar o mau governante e colocar em seu lugar outro mau governante”. No mesmo raciocínio disse que não adianta retirar o corrupto e permitir que outros o substituam. Ele também fez críticas aos atuais modelos de capitalismo e à ideia de socialismo que foi adotada e falida na Rússia. “É preciso repensar esses modelos, pois não se admite que num mundo, com 7 bilhões de pessoas, haja 4 bilhões de miseráveis e entre esses 1 bilhão de famintos crônicos”, advertiu. E concluiu dizendo que acredita que “vamos livrar o mundo dessa situação difícil. Sempre aparece uma solução”.

 

Em 14.08.2015, às 12h20.