Vereador foca mandato na mobilidade urbana

Desde que assumiu o cargo de vereador do Recife na Câmara Municipal, Rodrigo Coutinho (SD) qualificou o mandato focando principalmente na mobilidade e acessibilidade urbana. Para tanto, além de pronunciamentos sobre o tema, realizou semana passada audiência pública sobre o assunto, trazendo para a Casa José Mariano especialistas e entidades renomadas na questão. Pois bem. A audiência aprofundou uma discussão sobre o Novo Plano de Mobilidade Urbana, que ainda não foi enviada à Casa pela Prefeitura do Recife.

Rodrigo Coutinho lembrou que essas discussões ajudam na elaboração democrática do novo plano. Segundo ele, o Recife ultrapassou os limites urbanos, como de resto aconteceu em outras cidades brasileiras, e isso trouxe benefícios e malefícios. “Lei federal exige que cidades façam seus planos de mobilidade e acessibilidade. Sabemos que a frota de veículos é maior do que comporta a estrutura viária de qualquer cidade. Em Recife há de 630 mil veículos circulando e apenas 20% da população tem carro. É esta parcela menor da população que recebe  os maiores investimentos em infraestrutura, quando o transporte público deveria receber maiores atenções, além de pedestres e ciclistas”.

Ivan Moraes (PSOL) afirmou que é necessário reverter equívoco histórico que contempla menor parcela da população com obras estruturais. Cerca de 80% usa transporte público e só 20% possui carros. No entanto são estes que mais recebem investimentos. “A média de passageiros por carro em Recife e de menos de duas pessoas PR veículo. É preciso tomar medidas corajosas para inibir isso”. Para Ivan Moraes o Plano de Mobilidade precisa ser bem feito, mas acima de tudo ser bem executado. Citou as calçadas difíceis e acesso ruim quando ele existe.

Aline Mariano (PMDB), líder do governo na Casa,  lembrou que o colega Rodrigo Coutinho deixou claro logo que assumiu que o foco do mandato seria a mobilidade e acessibilidade. Reconheceu que há déficit histórico na cidade nesses dois quesitos. Mas lembrou que a gestão anterior passou 12 anos no poder e enviou para a Câmara apenas uma carta de intenção no lugar do Plano de Mobilidade. “A gestão atual está ouvindo a Casa e a Comissão de Acessibilidade entre outras instituições para elaborar um plano democrático. Nãop se falava antes em ciclovias ou ciclofaixas e hoje temos diversas delas na cidade. A Câmara tem muito a contribuir com o Plano”.

Jayme Asfora (PMDB) lamentou não estar presente à audiência, mas relatou que sua equipe trouxe todas as informações sobre o encontro. Para ele, a mobilidade e acessibilidade são desafios imensos para a cidade e audiência ouviu especialistas de nome. Já André Régis (PSDB) criticou a demora na elaboração do Plano de Mobilidade da cidade. Segundo ele, na legislatura passada a Câmara do Recife discutiu e barrou a possibilidade de implantação de rodízio de carros. Na época, lembra ele, se dizia que a Via Mangue não tinha viabilidade e hoje sabemos que é essencial.

André Régis contesta a afirmação de Recife tem muitos carros. Quando se compara a outras cidades grandes é possível verificar que 20% de carros é pouco, mas o que falta é infraestrutura. Para ele, qualquer plano de mobilidade passa pela expansão do metrô, que em Recife está, para ele, sucateado.

 

 

Em 05/06/2017 às 17h26.