Vereador Ivan Moraes promove reunião pública para dar visibilidade à população LGBT
O nome escolhido para o evento presta homenagem a Maria Clara Sena, a primeira transexual do mundo a assumir um cargo em um Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura, órgão que atua em parceria com a ONU. A pernambucana denunciou situações de violência e maus tratos em presídios do interior do Estado, até sofrer ameaças de morte e ter que sair do País para se proteger.
Durante a I Semana Maria Clara de Sena – Visibilidade Trans, vários assuntos são destacados, incluindo direitos e saúde dentro dos presídios. Mas tudo pontilhado por histórias e casos reais que chamam a atenção pela crueza e violência. Temas delicados que envolvem pessoas trans que vivem com HIV. Histórias que narram também a realidade feminina nos presídios, com extremo de violência física, sexual, bem como a ausência de produtos básicos para a higiene.
Para o coordenador de Projetos do Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+), André Guedes, “a ideia do evento é dar visibilidade ao público LGBT, bem como falar da prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DST´s). Trazendo organizações governamentais e não governamentais para promover um debate que dê visibilidade a esta população”.
Outro ponto destacado por Wladimir Reis, que também integra o GTP+, é a necessidade de trazer à tona este tema para que as pessoas recebam os cuidados necessários. “Precisamos dar visibilidade aos transexuais e gays que estão dentro das unidades prisionais e que estão com HIV. São pessoas que precisam de cuidados”.
Aliás, cuidados e atenção, olhar e tratamento respeitoso, foram qualidades destacadas pela Coordenadora do Grupo Mães para a Diversidade, Gi Carvalho. “Viemos para mostrar que os trans também têm família. É preciso trazer o apoio da família para dentro das instituições”. Já o preconceito que permeia tantas atitudes violentas contra os seres humanos, foi criticado pelo professor Manoel Saldanha, do Movimento Negro Unificado. “Estamos aqui para defender os direitos humanos em geral. Os trans são os que mais sofrem violência da população. E se for negro, pobre e presidiário sofrem ainda mais”.
Em 08.03.2018 às 10h11.