Vereador propõe criar plano de cargos na Orquestra Sinfônica do Recife

Já está nas mãos dos vereadores que compõem as comissões de Legislação e Justiça e de Finanças e Orçamento o projeto de lei que institui o Plano de Cargos, Carreiras e Salários da categoria especial Músicos da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR). O projeto número 07/2013, de autoria do vereador Rogério de Lucca (PSL), será analisado e receberá os dois pareceres que serão levados ao plenário da Câmara Municipal. O plano é uma reivindicação antiga da OSR que, desde 1949, passou para a administração municipal e é reconhecida como uma das melhores e mais atuantes orquestras do Norte e Nordeste, sendo a mais antiga em atividade do Brasil.

No projeto de lei constam as tabelas de vencimentos e de enquadramento dos músicos; extinguem-se as atuais gratificações percebidas pelos músicos para manutenção e indumentária, ensaio individual e ajuda de custo para realização de concertos; ao mesmo tempo estabelece um novo quadro de funções gratificadas; fixa um Piso Salarial; prevê as atividades exercidas pelos músicos, como ensaios preparatórios, ensaios gerais, e a realização de concertos e também normatiza as progressões por tempo de serviço, entre outras. O texto do projeto de lei observe, num dos artigos, que permanece na estrutura funcional da Orquestra Sinfônica do Recife o cargo comissionado de Regente Titular e que comepete ao Prefeito da Cidade do Recife a sua nomeação, com base na indicação feita pelos músicos da OSR, através de processo de votação.

A Orquestra Sinfônica do Recife tem como um dos seus objetivos a
aproximação da população, em particular o jovem, com os movimentos
artísticos. Promove concertos oficiais, comunitários, populares e ao
ar livre, buscando contribuir para a democratização do acesso à
cultura. “Ao completar 81 anos de existência, a OSR passa por
dificuldades no que diz respeito a salários e fornecimento de
instrumentos básicos, como tímpanos, harpas, entre outras coisas, além
de acessórios para os instrumentos de percussão. É de fundamental
importância a manutenção do arquivo de músicas existente, bem como a aquisição de novos materiais”, ressaltou o vereador Rogério de Lucca
na justificativa do projeto.

Anteriormente a OSR esteve sob a administração da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, onde havia autonomia administrativa,  jurídica e financeira. Atualmente esta à disposição da Secretaria de Cultura,  a qual não dispõe de verba nem de um orçamento para a manutenção de uma Orquestra Sinfônica. “Dependendo do talento e do instrumento, a formação acadêmica e técnica de um músico de orquestra sinfônica podem levar de 6 a 10 anos. Músicos sinfônicos têm de continuar a estudar cada dia, durante toda a sua vida profissional. Daí a dificuldade de encontrar músicos aptos a ingressar na OSR, com essa baixa remuneração”, observou o vereador.

Rogério de Lucca afirmou, que a situação da Orquestra Sinfônica do
Recife agravam-se ainda porque em muitos casos são próprios os músicos que têm de comprar e manter seus instrumentos. Em geral, instrumentos dispendiosos, pois exigem aquisição periódica de material de reposição importado. Os músicos precisam manter também por conta própria três vestimentas oficiais, incluindo roupas de gala para os concertos que exigem traje a rigor.

 

 

Em 15.02.2013, às 11h05.