Vereadora comenta pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz

Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que 20% dos frequentadores das cracolândias são do sexo feminino e que muitas delas não têm acesso a serviços básicos de saúde. A vereadora Michele Collins (PP) repercutiu o tema, na tarde desta terça-feira, 09. “Sabemos que a realidade em Recife é a mesma do resto do país. É cada vez maior o número de mulheres, usuárias de drogas e, junto com o consumo, vêm outros fatores, como a prostituição, doenças, a participação em roubos e tráficos, além do envolvimento na criminalidade”, destacou.

Segundo o estudo, mulheres fumam mais pedras por dia do que os homens, já que elas usam a prostituição para conseguir dinheiro. Além disso, outro problema citado foi a questão das grávidas. “Segundo especialistas, o uso do crack durante a gravidez afeta diretamente o bebê, já que tudo que circula no corpo da mãe também circula no corpo da criança, inclusive a droga. A substância pode interferir no desenvolvimento da placenta, que pode se descolar do útero. O bebê corre o risco de nascer prematuro e de nascer com problemas na formação do sistema nervoso”.

A pesquisa da Fiocruz, realizada entre o segundo semestre de 2011 e o primeiro semestre de 2013, também revelou que as capitais do nordeste são as que concentram mais crianças e adolescentes usuários de crack. “Mostro aqui a opinião de especialistas e confirmo que é necessário a implementação de medidas contínuas e efetivas direcionadas à prevenção, ao tratamento e ao combate às drogas, atrelado ao trabalho realizado pelas casas de recuperação, importante ferramenta na luta contra as drogas. Um trabalho realizado há mais de 60 anos e contemplado pelo Programa Federal Crack é Possível Vencer. Por meio desse Programa, o Governo Federal encaminha mães com filhos pequenos às comunidades terapêuticas para tratamento.

A vereadora lembrou que “em vários lugares do nosso município, como o viaduto da Avenida João de Barros, na Zona Norte, em plena luz do dia, é possível ver mulheres sentadas nas calçadas preparando cachimbo e pedras de crack. Esse viaduto passa por cima da Avenida Agamenon Magalhães, um lugar bastante movimentado, mas mesmo assim é o principal ponto de consumo e venda de crack da capital. Homens, mulheres e até mesmo crianças frequentam o lugar. É muito sério esses problemas e precisa urgente de uma solução. Nossas mulheres precisam, sim, de cuidados para elas possam prestar atenção aos seus lares. E também que elas possam trabalhar dignamente. Precisamos reverter essa situação”.

Em 09.06.2014, às 16h03.