Vereadora lamenta transferência de verba de preservação de bens culturais para shows no Recife

A vereadora Priscila Krause (DEM) subiu à tribuna da Câmara na tarde desta quarta-feira, 11, em sessão plenária, para falar sobre dois assuntos. O primeiro deles diz respeito à transferência de R$ 5,9 milhões, feito pela Prefeitura do Recife, previstos inicialmente para a restauração, preservação e aquisição de bens culturais, para a realização de shows e eventos similares. Essa suplementação só foi possível, segundo a parlamentar, por conta de dois decretos (27.997 e 28.003) assinados no início deste mês. A vereadora Priscila Krause, que é vice-presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, criticou a decisão, afirmando que esses recursos iriam ser utilizados para a reforma do Teatro do Parque, importante equipamento cultural do município, que desde 2010 está fechado. “É preciso que esse assunto seja trazido à tribuna para que a sociedade recifense saiba de que forma a cultura está sendo gerida na cidade, com uma completa inversão de prioridades”.

Priscila disse ainda que tentou aprovar emenda no final de 2013, aumentando o orçamento em R$ 8 milhões para a restauração e preservação da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), mas foi derrotada. Esse orçamento, se tivesse sido aprovado, previa R$ 51 milhões para os eventos e R$ 6 milhões para a restauração e preservação. “A gestão diz ter o compromisso de reabrir o Teatro do Parque, mas na prática subtrai recursos que pagariam a obra em troca da realização de shows. Não bastasse a peça orçamentária, tornam a secar a fonte da preservação cultural. Daqui a pouco não sobrará um centavo sequer”.

O outro assunto abordado foi sobre o desmatamento e aterro de uma área de mangue localizada entre os bairros do Jiquiá e Estância. Segundo Priscila, essa área é de preservação ambiental, e o que está sendo feito é um ato criminoso, pois existem espaços demarcados por lotes. A parlamentar lembrou que o mangue é importante para o equilíbrio ecológico, e que essa ação não pode continuar acontecendo. “Isso é uma devastação criminosa, por isso eu pedi para alguns vereadores fazerem uma visita, junto comigo, e ver o que podemos fazer para reverter esse quadro”.

Em 11.06.14, às 17h35.