Vereadora critica declarações de deputado federal

Indignada com as declarações dadas pelo deputado federal Laerte Bessa do Partido Republicano do Distrito Federal (PR/DF) que em entrevista ao jornal The Guardian disse que “um dia, chegaremos a um estágio em que será possível determinar se um bebê ainda no útero tem tendências à criminalidade, e se sim, a mãe não terá permissão para dar à luz”, a vereadora Aimée Carvalho (PSB) considerou a postura dele assustadora.

Segundo ele, o deputado concedeu a entrevista ao periódico britânico no final de junho, mas ganhou destaque nas redes sociais no Brasil. A publicação destaca ainda, a opinião do deputado, em relação aos casos de crimes hediondos, como estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte, a redução da maioridade penal deveria acontecer para 14 e até 12 anos, com o passar dos anos. A postura do deputado é de criminalizar a infância.

Mesmo sendo considerado o “Pai da Criminologia” a tese de Lombroso que angariou grande número de adeptos quando surgiu, foi paulatinamente sendo abandonada, sobretudo porque os fatores relacionados ao ambiente econômico-social sobrepõem-se a qualquer questão relacionada aos aspectos da fisionomia dos indivíduos.

E agora, quase dois séculos depois, o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF), ex-delegado da Polícia Civil de Brasília parece querer ressuscitar, e até inovar, a tese preconceituosa de Lombroso.

Para a vereadora as declarações do representante da câmara é um ato sem compromisso com a proteção da criança e do adolescente e com o estado democrático de direito.

Essas declarações podem ser o incentivo ao aborto de mulheres cujos fetos sejam diagnosticados nos padrões citados pelo deputado. Para seu conhecimento deputado Laerte Bessa, no Brasil, o aborto é permitido somente quando a gestação apresenta risco à vida da mãe, em casos de gravidez ocasionada por estupro ou, mais recentemente, com comprovação de anencefalia fetal.

Em 03/08/2015 às 18h00