Vereadora pede saída do presidente da Comissão federal de Direitos Humanos

A vereadora Aline Mariano (PSDB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da âmara do Recife, pediu ontem o apoio e a assinatura dos colegas para um abaixo-assinado pedindo a saida do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. Ela alegou que as câmaras legislativas são a instância mais próxima do povo e não poderia se furtar em apoiar iniciativas populares pedindo o afastamento daquele parlamentar. Segundo ela, o deputado já deu diversas demosntrações de não ter elementos para assumir a presidência de uma comissão de direitos humanos e minorias.

Aline Mariano disse que o deputado foi racista ao afirmar que “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé” e foi homofóbico ao criticar a luta pela união civil entre homossexuais ao afirmar que “depois da união civil, virá a adoção de crianças por parceiros gays, a extinção das palavras pai e mãe, a destruição da família, e que a Aids é o câncer gay”. A vereadora disse ainda que a crítica nada tem a ver com a orientação religiosa do deputado.

André Ferreira (PMDB) frisou que discordar é um direito de todos, mas dizer que alguém é homofóbico porque declarou o que pensa é um passo além. “O pastor quando se referiu aos africanos falava de uma questão teológica. O movimento se dá apenas porque o presidente da Comissão é pastor evangélico. Ser contra à união civil não torna alguém homofóbico, assim o Papa também seria”. Michele Collins (PP) informou que como vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa não tinha sido consultada e que o abaixo-assinado não era uma decisão da comissão. Ela se colocou contra o manifesto e desautorizou a presidente da Comissão de falar em seu nome.  

Jayme Asfora (PMDB) ressaltou que é membro da Comissão de Direitos Humanos e estava indignado com a indicação do deputado para uma comissão de direitos humanos. “A liberdade de crença é defendida pela Constituição que também defende os homossexuais e as famílias homofóbicas. É um acinte”. Priscila Krause (DEM)  frisou que não se trata de uma guerra religiosa, mas d euma comissão que trata diretamente com minorias que nem sempre são númericas. Essa comissão tem um olhar defirenciado para as minorias invisíveis. “Há uma confusão no Brasil, que um estado laico. As declarações dele é que não foram boas. Vai ser difícil alguém que se posiciona como ele mediar conflitos. A união estável é juridicamente reconhecida pelo estado laico, e que não é ateu. O sacramento pertence às igrejas”.

Carlos Gueiros (PTB) reclamou que a Câmara Municipal estava tratando de assunto que não é da competência dela, além do assunto estar sendo tratado como religião. “Sabemos que há acordos internos entre partidos para indicar este ou aquele para uma comissão. O mesmo se deu aqui e fui preterido de uma comissão por indicação do PSB”. Luiz Eustáquio (PT) frisou que o pastor estava sendo julgado pela mídia da mesma forma que o PT foi no caso do mensalão. “Esta é uma questão religiosa sim”.

 

Em 18.03.2013, às 18h27.