Vereadora repercute reportagens sobre drogas no centro

A vereadora Michele Collins (PP) repercutiu reportagens veiculadas na imprensa local sobre as cracolândias que se formaram no centro do Recife. Ela disse na Câmara Municipal na tarde dessa terça-feira 22, que o poder público não proporciona possibilidades de tratamento para essas pessoas dependentes de drogas, que não encontram locais de prevenção nem de atendimento. “Essa gestão já completou um ano e cinco meses, lançou o Plano de Combate às Drogas em novembro passado e até agora não saiu do papel. Os drogados andam sem rumo pela cidade e não sabem aonde ir e a quem recorrer”.

Michele ressaltou que já fez pedido de informação à Prefeitura do Recife sobre os investimentos que seriam feitos com o Plano de Combate às Drogas, orçado em mais de R$ 350 milhões. Ela disse que quer saber para onde o dinheiro vai, quem vai se beneficiar, como vai ser aplicado. Segundo ela, uma pesquisa revelou que 80% dos usuários de drogas querem se tratar, mas não há políticas públicas defeinidas para atender a esse pessoal. “Os Capes estão desaparelhados, com gente que não vai trabalhar porque não recebe o vale transporte”.

Henrique Leite (PT) concordou com a colega frisando que a política pública de combate às drogas está em último plano para os governantes. Ele disse que as familias dos usuários se desestruturam e não têm a quem recorrer. “Os drogados estão virando zumbis. Eles se matam e a polícia não dá conta de investigar tantos assassinatos e acaba virando impunidade. É preciso ter políticas públicas de Estado, desde a esfera federal, estadual e municipal”.

Aline Mariano (PSDB) lembrou a atuação da Frente Parlamentar de Combate às Drogas, criada na legislação passada, e recriada nesta legislatura. Ela disse que é preciso que se façam novas reuniões dessa nova Frente para definir diretrizes e cobranças ao poder público. Sugeriu que seja marcada uma visita ao prefeito para discutir o Plano Municipal, que segundo ela, é muito bem desenhado, mas não saiu do papel.

Osmar Ricardo (PT) considerou necessária a realização de um trabalho mais eficaz no combate ao crack. No entanto, ele divergiu da condução dada pela colega Michele Collins contrária a todo tipo de drogas, uma vez que ele é favorável à liberação da maconha para uso medicinal. Osmar lembrou que há pessoas que necessitam de remédios à base de maconha para se tratarem.

Marco Aurélio (SOLIDARIEDADE) disse que os vereadores têm a responsabilidade de evitar que esse mal que tomou conta das cidades seja evitado e segundo ele, o governo tem trabalhado muito para isso. “Sugiro um debate aprofundado, com dados reais sobre o que se tem feito no combate e na prevenção às drogas”. Raul Jungmann (PPS) afirmou que a bancada de oposição se compromete em visitar os Capes e trazer a real situação deles para um debate maior.