Vereadora repercute reunião contra o aborto e em favor da vida
A parlamentar avaliou que algumas pessoas falavam e não deixavam ninguém se expressar. “Não houve acordo e embora a presença de cinco pessoas tenha sido solicitada para debater, não foi aceito o convite e a reunião foi suspensa temporariamente. Acabou acontecendo em outro espaço da Casa e com muito sucesso”.
A vereadora informou que essas pessoas argumentaram que a palestrante era norte- americana, não conhecia a realidade brasileira, e por isso não poderia ajudar em nada as mulheres brasileiras. Michele Collins disse que isso não era verdade e explicou para as palestrantes convidadas que aquelas pessoas não representavam todo o povo recifense. “O importante é que o encontro aconteceu e foi muito bom o resultado”.
Renato Antunes (PSC), que integra a Frente Parlamentar e fez parte da mesa da reunião pública, lamentou o ocorrido avaliando que tinha sido importante a convocação desse encontro. “A gente acredita que o aborto não é bom. Tem o contraditório e aceitamos. Mas reunião pública é temática e era preciso dar voz aos palestrantes, e no entanto, a colega vereadora foi democrática e convidou pessoas contrárias ao tema a se pronunciarem, mas não houve respeito”. Renato Antunes disse ainda que há milhares de mulheres que fazem aborto e "por isso há pressão da imprensa abortiva pela regulamentação, porque ganha-se muito dinheiro com a prática no mundo inteiro".
Ivan Moraes (PSOL) informou que o setorial Mulher do mandato dele veio participar da reunião, até porque, segundo o vereador, sobre esse tema não há consenso na Casa. Para ele são temas polêmicos que precisam ser abordados e que seria bom que reuniões fossem realizadas sobre o aborto. “Sabemos que as mulheres fazem aborto não por vontade própria e as mulheres que vieram à reunião não aceitaram a discussão de apenas um lado do tema. Nós homens precisamos ouvir as mulheres porque não realizamos abortos em nossos corpos”.
Ivan Moraes salientou que a luta não é para que exista o aborto legal a qualquer época da gestação. Ele disse que "todos sabem que as mulheres que não têm recursos se submetem à práticas medievais com risco de vida, mas as que têm dinheiro ficam em clínicas confortáveis e com riscos bem reduzidos". Lembrou que nos países em que o aborto é legal a cada 10 abortos apenas 1 acontece com risco, mas esses números se invertem quando se trata de países africanos ou pobres, caso do Brasil. “A Casa deve debater o assunto com diálogo com as feministas e com setores mais conservadores e não apenas um único lado”.
Em 30.05.2018 às 17h25.