Vereadores cobram ações para conter o avanço do mar
Gueiros mostrou-se preocupado com a destruição de um dos principais cartões postais da cidade. “Vemos máquinas jogando pedras para proteger as novas barracas, mas não vemos uma solução definitiva para o problema da orla. Colocar pedras na praia é acabar com nosso cartão de visitas. Hoje só temos praia em dia de maré baixa, quando a maré está cheia, não podemos mais entrar sem correr o risco de ser jogado nas pedras”.
O assunto já foi tratado durante um Seminário Nacional, em abril deste ano, como lembrou o vereador Josenildo Sinesio, presidente do Parlamento Metropolitano, que promoveu o evento. “Esta é uma questão não só do litoral brasileiro, mas do mundo inteiro. Aqui temos sete municípios nesta situação, três quilômetros de nosso litoral já estão comprometidos, mas vimos que para cada solução que se tenta fazer de forma isolada, cria-se um novo problema”.
Segundo Sinesio, durante o Seminário concluiu-se que resolver o problema de forma linear é papel do Governo do Estado. “Isso é caríssimo. Recife já gastou muito tentando encontrar uma solução. É necessário que o governo se mobilizasse para buscar recursos junto aos ministérios e entrar em acordo com os municípios. E o Governador já disse que em um ano vão começar os trabalhos”.
A líder da oposição, vereadora Priscila Krause também já havia discutido o assunto em plenário quando a Prefeitura apresentou à Casa o Projeto Orla. Na época, ela cobrou a apresentação de um estudo de impacto ambiental para a área, que é uma Zepa (Zona Especial de Proteção Ambiental). Segundo Priscila, o documento nunca foi enviado à Câmara. Agora defende que a Casa tome uma posição urgentemente sobre o avanço do mar. “Um estudo mostra que Recife está ameaçado de sumir do mapa em 50 anos. Esta é uma preocupação muito séria e precisa se transformar em ação governamental. Não há dúvida de que ela precisa ser uma solução consorciada, já que não existe uma parede que divida estes sete municípios. Mas isso não impede que as prefeituras tomem suas providências. Jaboatão já se posicionou”.
Para Priscila, ampliar o debate é dever dos poderes públicos. “Sensibilizar as pessoas é uma questão essencial. Tenho muita esperança na atuação do parlamento metropolitano, desta Casa e que este discurso entre na pauta e se transforme em ações”.
Carlos Gueiros defendeu um movimento das Casas Legislativas para exigir uma ação e sugeriu que a Câmara desse o primeiro passo. “Esta Casa, como o Legislativo da capital, tem que tomar uma atitude, estudada é claro, mas temos que fazer”. A sugestão de Gueiros passa por alterações na Lei Orçamentária Anual para 2011, um projeto de autoria do Poder Executivo em tramitação na Câmara. “Estamos com o Orçamento Municipal nas mãos e podemos estabelecer valores para investimento em proteção ambiental. O prefeito poderá remanejar esta verba, mas teremos feito a nossa parte, cumprido com nossa responsabilidade”.
O parlamentar deve apresentar a sugestão em forma de emenda ao projeto e precisa da aprovação em plenário para modificar os investimentos na LOA 2011.
Em 13.10.10, às 18h40.