Vereadores criticam voto em lista fechada
Wanderson também concorda com a cláusula de barreira que impediria que partidos políticos existam tão somente para fazer negócios, ter acesso ao Fundo Partidário – hoje com R$ 1 bilhão por ano para dividir entre partidos políticos. A cláusula impedira que partidos sejam tão somente um balcão de negócios inclusive do horário eleitoral gratuito.
Quando estudante Wanderson disse que concordava com o voto distrital misto, mas antes de sua adoção é necessário que se faça um reforma política verdadeira. Para ele, o voto em lista fechada vai virar indicação dos caciques políticos donos dos partidos. “Vai proteger quem tem medo da operação Lava jato, retira a liberdade de escolha do eleitor”.
André Régis (PSDB), professor e constitucionalista, concorda com o colega, mas ponderou que hoje é difícil achar alguém que esteja contente com o sistema político brasileiro. Segundo ele, quando pensamos em sistema eleitoral temos de pensar em democracia e governabilidade. No entanto, temos de pensar na preservação da presença de minorias. “Acredito que o sistema distrital misto seja o melhor para nós, pois permite que o eleitor indica alguém de sua comunidade, que ele conhece, e depois pode cobrar”.
Renato Antunes (PSC), alertou que a Câmara Municipal não tem competência para legislar sobre esse assunto, prerrogativa do Congresso Nacional, mas é da maior importância fazer esse debate em todas as esferas. Para o vereador, o voto majoritário permite a representação de pequenos partidos e minorias nas casas legislativas, enriquecendo o debate. “O voto em lista fechada recebe apoio daqueles que estão preocupados em se esconder para não serem pegos pelas operações anticorrupção. É vergonhoso e inescrupuloso. Tolhe o direito do cidadão”.
Em 04/04/2017 às 16h36.