Vereadores discutem voto de aplauso

Um voto de aplauso ao ex-ministro e ex-vereador Gustavo Krause, por um artigo veiculado em jornais aonde ele sugere a renúncia da presidente Dilma Roussef, proposto pelo vereador André Régis (PSDB), causou questionamentos de diversos parlamentares. Segundo eles argumentaram que o requerimento não deixa claro o teor do voto de aplauso. Fizeram questão de afirmar que aprovariam o voto de aplauso à figura do ex-ministro, mas não ao conteúdo do artigo. Para eles, a Câmara do Recife ao votar estaria concordando como um todo com o pensamento do escritor. E como se trata de um posicionamento político eles entendem que a Casa não deveria se posicionar.

Jurandir Liberal (PT) pediu para discutir o requerimento salientando que o trabalho de Krause é diferente do que ele pensa e escreve. “Não  posso concordar com o pedido de renúncia. Infelizmente o requerimento do colega não deixa claro o teor do mesmo. É uma pegadinha que levaria a Casa a votar sem saber o conteúdo”.  Gilberto Alves (PTN) disse que os vereadores têm apreço pelo ex-vereador Krause, mas preocupa quando a  iniciativa leva a um posicionamento partidário. “Essa Casa é plural, esse poder é plural, aqui estabelecemos o contraditório, respeitando as diferenças. Só posso me posicionar conhecendo o teor da proposta. É preciso separar questões pessoais das partidárias”.

Carlos Gueiros (PTB) disse que preocupava votar em algo sem saber. Para ele, o voto de congratulação significa que concordo com o pensamento dele. Li a matéria concordo, mas a Casa não deve se posicionar politicamente. “O colega André Régis subestima a nossa inteligência quando usa a dele para diminuir a nossa. “É um posicionamento político e não somos obrigados a concordar  em nome da Casa”. Henrique Leite (PT) acha que sem o texto é difícil votar porque Krause é um nome de consenso, mas nem sempre concordamos com o que escreve. Estamos votando a posição dela pela renúncia da presidente e muitos discordam”.

André Régis disse que aplaudir o que alguém escreveu não significa concordar com a posição dela. “Trata-se do direito de livre pensar”. Mas Jairo Britto (PT), acha que o brilhantismo das palavras não discute o mérito do requerimento. “Não posso dar meu voto por achismo. Seria um retrocesso para a Câmara”.  Marco Aurélio (SDD) em minha opinião pessoal concordo com o teor do artigo. Mas ao votar na Casa é a opinião da Casa. “É preciso ter cuidado, pois meu pensamento é um e o da Casa é outro”. Osmar Ricardo (PT) disse que ficou incomodado pelo fato do colega André ter dito que somos mesquinhos. Temos o direito de discordar do teor do requerimento e do que Krause escreveu, sabendo que é uma figura pública da maior importância”.

 

Em 16/11/2015 às 18h27.