Vereadores repercutem morte de Hugo Chávez

Ao lembrar, na reunião plenária desta quarta-feira, 06, a trajetória do presidente morto da Venezuela, Hugo Chávez, o vereador Raul Jungmann (PPS) contextualizou historicamente os altos e baixos da luta pela democracia naquele país. Lembrou que os Estados Unidos tutelaram por muito tempo a Venezuela e esse movimento acabou com a subida de Chávez ao poder. “Foi com ele que os movimentos populares chegaram ao poder".

O parlamentar ressaltou que a América do Sul passou por três ondas políticas. Primeiro foram as ditaduras que dominaram o continente. Na década de 80 voltaram à democracia, que tiveram o ônus do ajuste estrutural  imposto pelo Consenso de Washington, com o neoliberalismo, reduzindo o peso do Estado na economia, mas não atendeu aos anseios da população na saúde e educação.

Raul Jungmann frisou que a terceira onda foi à esquerda com Lula, Kirchner, Bachelet e Chávez. “Na Venezuela surgiu o pacto fixo onde dois partidos se sucediam, antes disso havia uma ditadura. Uma coalizão derrubou a ditadura. No entanto, esses dois partidos não representaram os anseios do povo, que continuou vivendo em miséria absoluta, e a elite usufruia do petróleo”.

O vereador pontuou que para nós brasileiros a democracia é um valor que nos une, e na Venezuela se deu o contrário. “Chávez em 1998 tentou o poder com  o Movimento 200 com um golpe, mas só 4 anos depois conseguiu ser eleito. Era um nacionalista, preocupado com o povo, mas sua preocupação se deu com prejuízo à democracia plena, sem alternância de poder, com censura, e destituição do Juciário. Acho que ele estava em vida vegetativa desde Cuba, e o anúncio só foi feito agora em virtude da disputa pelo poder”.

Luiz Eustáquio (PT) frisou que Chávez melhorou a vida do povo venezuelano, que durante anos viveu sem o benefício da riqueza do petróleo. “Algumas ações dele de fato restrigiram a liberdade e isso nós não defendemos. No entanto, não se pode esquecer o grande legado e a influência que exerceu em outros países da América do Sul”.

Jayme Asfora (PMDB) disse que tinha respeito pela Venezuela, mas o país estava longe de ser uma democracia, como Cuba não é. "Para mim,  o legado deixado por Chávez foi o da destruição da democracia, a violação dos direitos humanos, com a reeleição sistemática dele mesmo, judiciário e imprensa amordaçados. Agora voltamos a ter esperança de que a democracia volte à Venezuela. Ditaduras de esquerda e de direita são da mesma forma ruins e condenáveis”.

André Régis (PSDB) afirmou que estamos contextualizados com a Venezuela pelos laços que nos ligam à PDVESA e a balança comercial de R$ 5 bilhões. “Chávez aniquilou a democracia, alterou a Constituição suprimindo princípios federativos, prejudicou a economia, c ontaminou o processo de integração da América Latina, além de prejudicar a refinaria Abreu e Lima”.

 

Em 06.03.2013, às 18h03.