Vereadores lembram os 80 anos da conquista do voto feminino

Em 24 de fevereiro de 1932 era referendado no Brasil o decreto de número 21.076, de Getúlio Vargas, que instituía o Código Eleitoral Brasileiro. Diante desse marco histórico que completou 80 anos, o vereador Múcio Magalhães (PT) e Almir Fernando (PCdoB) discursaram na tarde desta segunda-feira, 27, reiterando o direito concedido ao voto feminino no Brasil.

Múcio Magalhães fez a leitura de um histórico sobre o decreto que assegurou novos direitos eleitorais no país, lembrando as principais barreiras do período. “No Brasil a luta até a concretização da legalização plena do voto feminino foi longa e com muitos enfrentamentos das elites dominantes”.  O parlamentar ressaltou também uma das primeiras mulheres defensora do voto feminino, Josefina Álvares de Azevedo, fundadora do primeiro jornal feminino de repercussão, “A Família”.

Além disso, ele lembrou a eleição de Dilma como primeira presidenta do Brasil e a composição do seu governo, com grande número de ministras e dirigentes mulheres nas estatais. Múcio destacou ainda a primeira mulher a ser reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, professora Maria Jose de Sena. “Essa conquista feminina tem um significado especial para mim, pois lembro quando cursava veterinária e militava no movimento estudantil daquela universidade”.

Já o vereador Almir Fernando  ratificou que mesmo diante da conquista do direito ao voto pelas mulheres, não foi assegurado uma relação de equidade na representação política. “Apesar de o país ser presidido por uma mulher, a atual bancada feminina na Câmara representa apenas 8,77% do total da Casa, com 45 deputados e no Senado, 12 senadores”, enfatizou.

Finalizando seu discurso, Almir lembrou da primeira mulher pernambucana a ocupar uma cadeira no plenário da Câmara Federal, a jornalista Cristina Tavares. “Os 20 anos de sua morte coincidem de ocorrer na mesma semana em que se celebra os 80 anos de publicação do Código Eleitoral Provisório, que garantiu às mulheres o direito ao voto, ainda na Era Vargas”, ressaltou. Cristina Tavares foi uma das principais vozes de oposição a ditadura militar no Congresso Nacional e morreu em 23 de fevereiro de 1992, vítima de um câncer.

 

Em 27.02.2012, às 18h55